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capa do ebook MOVIMENTOS INSTITUINTES DE ENSINO E APRENDIZAGEM: A PRESENÇA PRÓXIMA DOCENTE

MOVIMENTOS INSTITUINTES DE ENSINO E APRENDIZAGEM: A PRESENÇA PRÓXIMA DOCENTE

 Categorizar os outros em espectros

e diagnósticos pode provocar uma diminuição

das possibilidades humanas. Percebemos

que muitas situações cotidianas do processo

de aprendizagem têm sido consideradas

patológicas, os rótulos interferem na forma

como os relacionamentos se estabelecem no

ambiente educacional. Discutimos sobre os

padrões que reduzem a existência de estudantes

e produzem nos professores expressões

de sofrimento diante de comportamentos

singulares. Enfatizamos a necessidade de

construção de linhas de fuga aos processos

de subjetivação que trazem a normalidade

como referencial imperativo. O objetivo é

problematizar a medicalização instituída nas

escolas e produzir movimentos instituintes de

outras formas de ensino e aprendizagem. Nesta

cartografia, utilizamos a metodologia pesquisaintervenção, onde acompanhamos processos e

traçamos as linhas de tensionamento produzidas

no campo de forças educacional e as linhas

de expansão que escapam à subjetivação em

massa. Aproximamo-nos do trabalho voltado

para a singularidade e potência que há em cada

pessoa independente de definições prévias,

desenvolvido pelo pedagogo francês Fernand

Deligny. Esse autor trabalhou junto a crianças

e adolescentes que eram classificados como

socialmente inadaptados. Assim, inspirados

em suas ideias sobre a forma de estar com

o outro, pensamos na sensibilidade do fazer

docente. Compartilhar o cotidiano escolar e

tecer em conjunto uma rede de composições,

estando com os estudantes como presença

próxima, aberta ao encontro, à compreensão e

à criação de circunstâncias potencializadoras.

Com movimentos moleculares na micropolítica

da sala de aula, cartografamos ações docentes

de presença próxima que promoveram uma

experiência singular de aprendizagem para

cada estudante. Pudemos traçar os entraves

do fazer docente e as ações inventivas que

permitiram alcançar os estudantes em seu jeito

único de ser. Muitas práticas são cristalizadas

e baseadas na busca pela identificação de

patologias que justifiquem as dificuldades

de aprendizado dos estudantes. Entretanto,

destacamos ações docentes de presença

próxima como caminho para o encontro com a singularidade do outro a quem o docente se dirige para ensinar algo, aberto a

construir com ele os processos de aprendizagem do que é ensinado. Questionando os

discursos especialistas inseridos na educação, tomamos o exercício da docência como

presença próxima como uma postura docente em relação ao estudante que amplia a

possibilidade de ensino e aprendizagem ao perceber o outro sem interpretá-lo a partir

de referenciais padronizados, mas compreendendo as singularidades. Mapeando a

construção de outros possíveis na escola, encontramos práticas que surgiram como

linhas de fuga à rotulação e às limitações diagnósticas.

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MOVIMENTOS INSTITUINTES DE ENSINO E APRENDIZAGEM: A PRESENÇA PRÓXIMA DOCENTE

  • DOI: 10.22533/at.ed.96919030929

  • Palavras-chave: Processos de Subjetivação, Medicalização, Presença Próxima.

  • Keywords: Subjectivation Processes, Medicalization, Near Presence.

  • Abstract:

    Categorizing others in spectra and diagnoses can cause a decrease in

    human possibilities. We perceive that many daily situations of the learning process

    have been considered pathological, the labels interfere in the way relationships are

    established in the educational environment. We discuss the patterns that reduce

    the existence of students and produce in teachers expressions of suffering in the

    face of singular behaviors.We emphasize the need to construct escape lines to

    subjectivation processes that bring normality as an imperative reference. The objective

    is to problematize the instituted medicalization in schools and to produce instituting

    movements of other forms to teaching and learning.In this cartography, we use the

    research-intervention methodology, where we follow processes and trace the tensioning

    lines produced in the field of educational forces and the expansion lines that escape

    the mass subjectivation. We approach the work focused on the uniqueness and power

    that is in each person independent of previous definitions, developed by the French

    pedagogue Fernand Deligny. This author worked with children and adolescents who

    were classified as socially inadapted. Thus, inspired by his ideas about how to be

    with the other, we think about the sensitivity of teaching. To share the school routine

    and to weave together a network of compositions, being with the students as a near

    presence, open to meeting, understanding and creating potentializing circumstances.

    With molecular movements in the micropolitics of the classroom, we cartographed

    teachers’ actions of near presence that promoted a singular learning experience for

    each student. We were able to trace the obstacles of teaching and the inventive actions

    that allowed students to reach their unique way of being. Many practices are crystallized

    and based on the search for the identification of pathologies that justify students’ learning

    difficulties. However, we highlight teachers’ actions of near presence as a way to meet

    with the singularity of the other to whom the teacher is directed to teach something,

    open to build with him the learning processes of what is taught. Questioning the

    specialist discourses inserted in education, we take the exercise of teaching as a near

    presence as a teaching posture in relation to the student who expands the possibility

    of teaching and learning by perceiving the other without interpreting it to standardized

    referential, but understanding the singularities. By mapping the construction of other possible schools, we found practices that emerged as lines of leakage to labeling and

    diagnostic limitations

  • Número de páginas: 15

  • Maria Goretti Andrade Rodrigues
  • Erilza Faria Ribeiro
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