Modernidade brasileira, desigualdades e sofrimento ético-político
Trata-se aqui de um ensaio baseado
em três autores que enfocam aspectos
fundamentais da desigualdade social no Brasil:
Jessé Souza, com foco na modernidade seletiva
brasileira e sua inautenticidade; Baader
Sawaia que aborda o sofrimento ético-político
da desigualdade social brasileira; e Fernando
Braga da Costa que propõe o conceito dos
invisíveis sociais para delinear a condição na
qual vive a população trabalhadora de baixa
renda e aquela que vive em absoluta desvalia
socioeconômica e cidadã. A confluência de
visões dos três autores sobre o tema da
desigualdade social brasileira, possibilita
uma articulação sobre as raízes históricas do
passado e do presente do Brasil as quais geram
uma potente economia e um Estado que nega
os processos de equidades. Então, os autores
do ensaio concluem que, muito embora o estado
brasileiro tenha adotado um modelo presumido
de liberalidade na sua governança, nesta não
ocorre a efetiva liberdade de oportunidades para
as diversas camadas da população, pelo fato de
o Brasil manter-se governado por uma elite que
profere uma retórica liberal e democrática, mas,
em cujas práticas, inflige diferenças sociais
radicais e usufrui de privilégios herdados de
uma lógica escravocrata estabelecida desde a
fundação do Brasil como colônia e como nação
dita “independente”
Modernidade brasileira, desigualdades e sofrimento ético-político
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DOI: 10.22533/at.ed.24519250626
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Palavras-chave: sofrimento ético-político; desigualdade social; invisibilidade social; modernidade seletiva brasileira.
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Keywords: ethical-political suffering; social inequality; social invisibility; Brazilian selective modernity
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Abstract:
This is an essay based on three
authors that focus on fundamental aspects
of social inequality in Brazil: Jessé Souza,
focusing on Brazilian selective modernity and
its inautenticity; Baader Sawaia that addresses
the ethical-political suffering of Brazilian social
inequality; and Fernando Braga da Costa who
proposes the concept of the social invisibles to
delineate the condition in which the working poor
population lives and the one that lives in absolute
socioeconomic and citizen desvaluation. The
confluence of views of the three authors on the
theme of Brazilian social inequality makes it
possible to articulate the historical roots of the
past and the present of Brazil, which generate a powerful economy and a state that denies equitable processes. The authors of the
essay concludes that, although the Brazilian state has adopted a presumed model of
liberality in its governance, this does not occur the effective freedom of opportunity for
the different strata of the population, because Brazil remains governed by an elite that
utters liberal and democratic rhetoric, but in whose practices it inflicts radical social
differences and enjoys privileges inherited from a slave-like logic established since the
founding of Brazil as a colony and as a so-called “independent” nation.
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Número de páginas: 15
- Rui Maia Diamantino
- Raimundo Mentor de Melo Fortes Filho