MOBILIZANDO NARRATIVAS: DO ESPANHOL AO PORTUGUÊS POR MEIO DA HISTÓRIA DAS ARPILLERAS
As arpilleras são/foram mulheres pertencentes a um movimento formado inicialmente no Chile
durante a Ditadura Militar na segunda metade do século XX.. Entender e conhecer a experiência arpillerista
como resistência feminina através de relatos e testemunhos vivenciados em um simples, mas ao mesmo tempo
complexo momento da história é fundamental ao abordar suas trajetórias, tornando-se de conhecimento
internacional o que fora invisibilizado historicamente pela presença de ideais coloniais que permanecem na
América latina. É válido ser ressaltado e dialogar com o desenvolvimento da língua espanhola latino-americana
no quesito de enaltecimento e valorização, pois a língua desempenha um papel central na preservação e
transmissão da identidade cultural e histórica de um povo, até porque facilita a comunicação em diversas
esferas, desde negociações comerciais, colaborações científicas, laços interpessoais e relações culturais,
portanto, nesse estudo optou-se por investigar tais traços ou relações entre língua e o movimento arpillero.
Contudo, neste trabalho é demonstrado como bordados são compostos por elementos e símbolos, que muitas
vezes fora usado como meio de expressão política e social, inúmeras pessoas utilizaram-se e utilizam-se desta
expressão para denunciar os desaparecimentos de amigos e familiares, abuso de poder e a violência cometido no
período ditatorial chileno. Nas artes-bordados, em uma espécie de bolso atrás do tecido e costura eram anexados
papéis contando relatos/testemunho sobre os horrores do regime de Pinochet, era uma forma de disseminar
através da escrita em espanhol aproximando o mundo tanto da história opressora, quanto da língua tão bela e
nesse caso dramática, fios, linhas, tecidos, língua explicam aos estrangeiros o que era vivido no Chile ditatorial,
logo, nesse estudo há a intenção de acrescentar a poesia da língua espanhola falada junto a força da história
ocorrida, verbalizar é apresentar elementos que traduções “secas” muitas vezes incapazes de fazer “sentir”.
Segundo Oliveira (2015) preservar as diferenças linguísticas e culturais é um imperativo ético na tradução, pois
a "fidelidade" tradicional é logicamente impossível devido que as ferramentas eletrônicas não consideram as
diversidades culturais e linguísticas dificultando a possibilidade de escolha para a tradução. Além disso, à
imposição de padrões de coesão para facilitar a reutilização é inevitável no uso de tecnologias, mas é importante
distinguir essas questões éticas de natureza distinta, como o conflito de lealdades em relação à propriedade
intelectual das fórmulas tradutórias. De acordo com Campos (1986) imagine alguém buscando a versão original
de um texto em todas as traduções disponíveis, apenas para se decepcionar ao perceber que, por mais fiéis que
sejam, nunca conseguirão capturar completamente sua essência. Cada tradução é apenas uma tentativa de recriar
o original, e sempre há espaço para outras abordagens. É como se de um mesmo texto brotassem múltiplas
interpretações válidas, cada uma servindo a diferentes propósitos. Além disso, no decorrer do artigo propõe-se
observar e narrar com base nas ações e atividades do PIBID, onde o bordado chileno foi incorporado e recriado
como atividade de aprendizado, consciência crítica e lúdica para pensar o ensino da história.
MOBILIZANDO NARRATIVAS: DO ESPANHOL AO PORTUGUÊS POR MEIO DA HISTÓRIA DAS ARPILLERAS
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.8281325120611
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Palavras-chave: Ensino de História, PIBID, Arpilleras, Ditadura, Língua Espanhola.
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Keywords: -
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Abstract: -
- Adriane Pesovento
- Ana Caroline Freitas da Silva
- Aurora Gutierrez Perez