Mitigar e prevenir ocupações em áreas costeiras vulneráveis a alagamentos: a necessidade de uma abordagem econômica
O acordo de Paris e a ONU,
através dos ODS, estabelecem objetivos a
serem alcançados em relação à prevenção
e à adaptação às mudanças climáticas.
Nisto se incluem diretrizes que podem
mitigar e prevenir os riscos de desastres
relacionados a eventos extremos, como os
alagamentos em áreas urbanas. Apesar de
serem diretrizes internacionais sua aplicação
é almejada, essencialmente, em nível local.
Em contraposição, os orçamentos municipais
têm tradicionalmente evitado contemplar no
planejamento urbano a transversalidade que
as medidas que buscam reduzir os riscos de
desastres exigem, sob o pretexto de não haver
receita para estas medidas. Dentro deste
contexto, este artigo considera o argumento
econômico como potencial instrumento para
motivar os tomadores de decisão a inserir no
planejamento urbano medidas que buscam
mitigar e prevenir os riscos associados às ocupações vulneráveis a alagamentos em
área urbana. Como metodologia, o estudo
compara o custo dos alagamentos com o
custo de medidas de planejamento urbano
com potencial de mitigá-los ou evitá-los. Para
isto, foi selecionada uma cidade litorânea de
porte médio onde há ocorrência de eventos
extremos, como representativa de outras em
situação similar no Brasil. O estudo conclui
que para os dados atuais sobre o impacto
dos alagamentos, o custo das perdas e danos
podem ser substituídos por investimentos
voltados ao planejamento urbano. Acredita-se
que estes resultados são conservadores, uma
vez que os cenários apontam aumento dos
eventos extremos associados às mudanças
climáticas.
Mitigar e prevenir ocupações em áreas costeiras vulneráveis a alagamentos: a necessidade de uma abordagem econômica
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DOI: 10.22533/at.ed.59319150412
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Palavras-chave: alagamentos; custo; mudanças climáticas; planejamento urbano
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Keywords: floods; cost; climate changes; urban planning.
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Abstract:
The Paris agreement and the
UN, through the SDG, establish objectives to
be met in relation to climate change prevention
and adaptation. This encompasses guidelines
that can avoid and mitigate risks associated
to extreme events, as is the case of urban
flooding. Despite being international guidelines,
their implementation is aimed, essentially, at
the local level. In contrast, municipal budgets
have traditionally avoided to contemplate in
the urban planning the transversality that the measures that seek to reduce the risks of disasters require, under the pretext of
not having prescription for these measures. In this context, this paper considers the
economic argument as a potential instrument to motivate decision makers to insert
in urban planning measures that seek to mitigate and prevent the risks associated
with occupations vulnerable to flooding in urban areas. As a methodology, the study
compares the costs of flooding with the costs of urban planning measures with the
potential to mitigate and avoid them. For this, a medium size coastal city where often
suffers with extreme events has been selected as representative of others in a similar
situation in Brazil. The study concludes that for the current data on the impact of floods,
the cost of loss and damage can be replaced with investments for urban planning. It is
believed that these results are conservative, since the scenarios point to an increase in
extreme events associated with climate change.
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Número de páginas: 15
- Fabiana Salvador Galesi