Metacognição e invenções de metáforas na alfabetização em ciências da natureza: Como fazer experimentos e produzir linguagens com as crianças para aprender a aprender?
Este estudo é uma partilha de alfabetização científica com crianças de 6 a 7 anos, tendo como referência pedagógica a comunidade de aprendizagens. Realizado em uma escola pública dentro de uma universidade federal brasileira, propõe uma integração entre prática e teoria com o foco em compreender a aprendizagem de crianças a partir de suas produções metafóricas e metacognitivas. Ao valorizar as singulares necessidades de aprendizagem dessas crianças tornam-se evidentes também necessidades comuns a elas, cujos estágios de desenvolvimento cognitivo encontram-se em transição entre os estágios pré-operatório e operatório concreto. Assim, pode-se aprofundar o trabalho educativo a ser realizado com elas. Trata-se de compreender essa fase de vida riquíssima, na qual se aprende a classificar e categorizar objetos, palavras, procedimentos e, paulatinamente, vê-se o mundo externo não apenas dentro de uma perspectiva egocêntrica. Nessa fase de produções efervescentes de experiência de sentido, seja na realização de papéis sociais diversos, seja em sua relação entre o brincar de faz-de-conta e os contos fantásticos, a criança é uma investigadora por excelência. Nessa idade, noções básicas mais complexas, como a conservação e a reversibilidade, podem ser apresentadas com a mediação de jogos, do brincar e dos contos. Para tanto, esta pesquisa adota, como referência metodológica, a comunidade de aprendizagens, na qual os paradigmas da aprendizagem e da comunicação descortinam o campo metacognitivo e metafórico como elementos basilares da construção social da aprendizagem. Ao fazer experimentos científicos com crianças de 6 a 7 anos, propõe-se incluir as linguagens que elas constroem o “conhecimento sobre o seu conhecimento”. Como resultados, conversas mediadas entre pares sobre as experiências, a enunciação de erros, fantasias e hipóteses, as apresentações feitas pelas crianças sobre como se faz um experimento, a expressão de outras linguagens, como contos e metáforas, são elementos facilitadores para a aproximação e a apropriação de experimentos científicos por elas. Com efeito, a criança não constrói apenas conteúdos formais, como também faculdades metacognitivas, principalmente, a curiosidade e a função simbólica. Por exemplo, será descrita a diversificação das linguagens, no deslocamento entre a ciência e o conto literário, como recurso metafórico e metacognitivo para as crianças dessa idade elaborarem suas experiências de aprendizagem.
Metacognição e invenções de metáforas na alfabetização em ciências da natureza: Como fazer experimentos e produzir linguagens com as crianças para aprender a aprender?
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DOI: 10.22533/at.ed.76221131212
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Palavras-chave: Alfabetização científica, comunidades de aprendizagens, metáfora e metacognição
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Keywords: Scientific literacy, learning communities, metaphor and metacognition
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Abstract:
This study is a sharing of scientific literacy with children aged 6 to 7 years, having the learning community as a pedagogical reference. Held at a public school within a Brazilian federal university, proposes an integration between practice and theory with a focus on understanding children's learning from their metaphorical and metacognitive productions. By valuing the unique learning needs of these children, needs common to them all are also evident, whose stages of cognitive development are in transition between preoperative and concrete operative stages. Thus, it is possible to deepen the educational work to be carried out with them. It is about understanding this very rich stage of life, in which one learns to classify and categorize objects, words, procedures and gradually, the external world is seen not only from an egocentric perspective. In this phase of effervescent productions of experience of meaning, whether in the performance of different social roles, or in the relationship between the play of make-believe and fantastic tales, the child is a researcher par excellence. At this age, more complex basic notions, such as conservation and reversibility, can be presented through the mediation of games, playing and stories. Therefore, this research adopts, as a methodological reference, the learning community, in which the paradigms of learning and communication unveil the metacognitive and metaphorical field as basic elements of the social construction of learning. When doing scientific experiments with children aged 6 to 7 years, it is proposed to include the languages that they build “knowledge about their knowledge”. As a result, mediated conversations between peers about the experiences, the enunciation of errors, fantasies and hypotheses, the presentations made by the children about how an experiment is carried out, the expression of other languages, such as stories and metaphors, are facilitating elements for the approximation and the appropriation of scientific experiments by them. Indeed, the child does not only build formal contents, but also metacognitive faculties, especially curiosity and the symbolic function. For example, the diversification of languages will be described, in the shift between science and the literary story, as a metaphorical and metacognitive resource for children to elaborate their learning experiences.
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Número de páginas: 14
- HELDER HENRIQUE DA SILVA