MEMÓRIAS DA AUTORA DA REIVINDICAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER
Godwin intentava mostrar ao mundo quem foi Wollstonecraft, e simultaneamente calar os críticos, enfatizando a humanidade e singularidade de sua falecida esposa. Talvez, sensível que era ao escrutínio social, estivesse num esforço particular para justificar também suas escolhas e seu modo de agir, pensar e sentir. Ele foi malsucedido. Ao que parece, a sociedade setecentista não estava preparada para se deparar com tal relato. O que ele conseguiu foi jugar a imagem de Mary ainda mais fundo no foço da crítica, o que respingou em sua obra, a ponto de esta deixar de receber novas edições por décadas. Wollstonecraft caiu num longo e sombrio ostracismo. Mesmo depois de grandes esforços para reavivar sua memória e produção, ela ainda é reconhecida como “mãe de Mary Shelley” ou “avó do Frankenstein”. Nas civilizações egípcias, o pior que se podia fazer era apagar das pinturas funerárias o nome de alguém, banindo sua existência. Mary passou por algo semelhante. Teve sua identidade reduzida a “esposa de”, “filha de”, “avó de”. Ao resgatar sua história, buscamos lhe devolver seu nome, sua identidade.
MEMÓRIAS DA AUTORA DA REIVINDICAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER
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DOI: 10.22533/at.ed.721223103
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Palavras-chave: Mary Wollstonecraft. Biografia
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Keywords: Mary Wollstonecraft. Biography.
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Abstract:
Godwin intended to show the world who Wollstonecraft was, and simultaneously silence critics, emphasizing the humanity and uniqueness of his late wife. Perhaps, sensitive as he was to social scrutiny, he was also making a particular effort to justify his choices and his way of acting, thinking and feeling. He was unsuccessful. Apparently, eighteenth-century society was not prepared to face such a report. What he managed to do was to judge Mary's image even deeper into the focus of criticism, which spilled over into his work, to the point that it stopped receiving new editions for decades. Wollstonecraft fell into a long, dismal ostracism. Even after great efforts to revive her memory and production, she is still recognized as "Mary Shelley's mother" or "grandmother of Frankenstein". In Egyptian civilizations, the worst thing you could do was erase someone's name from funerary paintings, banishing their existence. Mary went through something similar. It had its identity reduced to “wife of”, “daughter of”, “grandmother of”. When rescuing your story, we seek to give you back your name, your identity.
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Número de páginas: 70
- Alessandra Carvalho Abrahão Sallum