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Memorial de Rosas O último capítulo da trágica história do Hospital Colônia de Barbacena

A primeira e maior instituição psiquiátrica de Minas Gerais, celebrizada na história brasileira como Hospital Colônia de Barbacena foi ativado no ano de 1903, na cidade mineira marcada por intensas disputas políticas. Ao longo de 100 anos de atividade e de contínua expansão física, o complexo hospitalar acumulou populações de internos cada vez maiores. Com recursos sempre aquém da demanda e vulnerável às injunções políticas, aos preconceitos e limitações da própria psiquiatria como especialidade médica nascente, o resultado foi a gradativa transformação dos pavilhões e pátios do hospício em um lugar de isolamento, abandono e morte. Até mesmo após o óbito, os pacientes psiquiátricos eram segregados pois os corpos eram sepultados em um cemitério exclusivamente feito para os internos. Isso quando seus corpos não eram “vendidos”, como peças anatômicas para Faculdades de Medicina públicas e particulares. A partir do período de redemocratização no Brasil, um movimento de psiquiatras e profissionais da saúde mental ganhou espaço maior na opinião pública com uma onda de denúncias e debates sobre a a chamada “Reforma Psiquiátrica”. Logo, novas políticas públicas e legislação pertinente atingiram instituições como o Hospital Colônia, que também atingia o ápice da exaustão do modelo manicomial fechado. Dentre as diversas transformações internas ocorridas no hospício que deu a Barbacena o incômodo título de “Cidade dos Doidos”, uma das ações mais corajosas foi a criação do Museu da Loucura, em 1996. Reunindo o acervo esparso na instituição e utilizado como forma de sensibilização da comunidade interna e sociedade que, finalmente poderia transpor os muros do hospício, o Museu da Loucura serviu como um catalisador não só da memória da psiquiatria brasileira, mas tornou-se um tardio gesto respeito às vítimas do passado. Assim, como o Museu da Loucura, o projeto de se transformar o “Cemitério dos Loucos” em um “Memorial de Rosas” seria o derradeiro gesto de resgate de uma história trágica mas que precisa ser contada.
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Memorial de Rosas O último capítulo da trágica história do Hospital Colônia de Barbacena

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.24924080310

  • Palavras-chave: memorial cemitério museu Psiquiatria Hospital Colônia de Barbacena

  • Keywords: memorial cemetery museum Psychiatry Colony Hospital of Barbacena

  • Abstract: : In 1900 was created by the provincial law no. 290, august 16, the Assistence of the Alienated of Minas Gerais, a department conected to the Secretary of the Interior.  Three years later was inaugurated the Central Azylum in Barbacena in a building of a former Sanatorium. In 1922, a new building complex was inaugurated and destinated specially for poor male patients. This hospital was named Colony Hospital of Barbacena. Researchs estimates that at least 60,000 patients died in the hospital througout 100 years. New pavillons weren’t enough to receive the growing number of patients. So, Barbacena became knowned as “the city of crazy people”.. consequently the Colony is shown by the brazilian press like a violent institution, with precarious installation and very high index of mortality. In 1979, the italian psychiatrist, Franco Basaglia, an antimanicomial moviment worldwide leader visits Barbacena and compares Colony Hospital to a nazi war camp. Since then,  new policies about mental health and psychosocial care in Brazil have been proposed, bringing to Colony Hospital of Barbacena significant  structural changes and new health management models. One of them was Madness Museum, created in 1996. Finally, in 2007, a project developed by the municipality of Barbacena proposed transforming the old hospital cemetery into a memorial intended to remember the victims of the Barbacena hospice. The Memorial of the Roses, wishes to be the final chapter of a tragic story, but one that needs to be remembered.

  • Edson Carlo Brandão silva
  • Jairo Furtado Toledo
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