MELATONINA E SENESCÊNCIA: EFEITOS IMUNOMODULADORES DURANTE A INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR TRYPANOSOMA CRUZI
Embora importantes avanços na ciência tenham sido obtidos nas ultimas décadas, a doença de Chagas ainda permanece como um importante problema em saúde pública. A população mundial tem envelhecido em ritmo acelerado, elevando também o risco de contrair a doença de Chagas. O envelhecimento é um processo dinâmico e multifatorial, caracterizado por um complexo de alterações, com evidente desequilíbrio na integração entre o sistema imunológico e endócrino e aumento do estresse oxidativo. Adicionalmente, estudos demonstram que a redução dos níveis de melatonina observada durante o envelhecimento contribui para o estresse oxidativo nestes pacientes. Por outro lado, efeitos benéficos da administração deste hormônio têm sido descritos. Neste artigo, além de discorrer sobre a literatura científica disponível, destacamos resultados de pesquisa conduzidos em modelos experimentais com o objetivo de avançar na compreensão dos mecanismos pelos quais a melatonina exerce seu efeito diante das modificações da imunidade durante a senescência e seus reflexos frente à doença de Chagas. Inúmeras alterações foram observadas, incluindo resposta imune ineficiente, aumento do estresse oxidativo, bem como diminuição da atividade de enzimas antioxidantes e comprometimento no processo de maturação celular intratímica, os quais afetam etapas essenciais no desenvolvimento dos timócitos e exportação de células T para a periferia. Adicionalmente, foi evidenciado um desequilíbrio funcional do eixo neuroendócrino, com consequente aumento na produção de hormônios esteroides e diminuição da viabilidade celular. Através da análise de diferentes metodologias experimentais ficou evidente que a administração de melatonina durante a infecção por T. cruzi é capaz de influenciar e alterar de diferentes formas o processo inflamatório, parâmetros hormonais e estresse oxidativo. Os dados obtidos demonstraram que melatonina exerceu uma ação imunomoduladora, antioxidante e antiapoptótica capaz de influenciar a evolução da doença de Chagas experimental, amenizando as consequências deletérias provocadas pela ação do parasita ao hospedeiro.
MELATONINA E SENESCÊNCIA: EFEITOS IMUNOMODULADORES DURANTE A INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR TRYPANOSOMA CRUZI
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DOI: 10.22533/at.ed.11720230411
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Palavras-chave: Melatonina; Trypanosoma cruzi; Envelhecimento; Resposta imune.
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Keywords: Melatonin; Trypanosoma cruzi; Aging; Immune response.
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Abstract:
Although important advances in science have been achieved in the last few decades, Chagas' disease still remains an important public health problem. The world population has aged at an accelerated pace, also increasing the risk of contracting Chagas disease. Aging is a dynamic and multifactorial process, characterized by a complex of changes, with evident imbalance of the immune and endocrine systems with increased oxidative stress. Additionally, studies show that reduced melatonin levels observed during aging contributes to oxidative stress in these patients, although beneficial effects of melatonin therapy have been described. In this article, besides discussing the available scientific literature, we highlight our research results conducted in experimental models in the atemptive to understand the mechanisms by which melatonin exerts its actions contributing or not with the impaired immunity during senescence. Numerous changes have been observed, including inefficient immune response, increased oxidative stress, as well as decreased activity of antioxidant enzymes and impairment in the intrathimic cell maturation process, which affects the development of thymocytes and export of T cells to the periphery. Additionally, a functional imbalance of the neuroendocrine axis was evidenced, with a consequent increase in the production of steroid hormones and a decreased cell viability. Through the analysis of different experimental methodologies it was evident that the administration of melatonin during infection by T. cruzi displays an ability to influence and change of the inflammatory process, hormonal parameters and oxidative stress. Through the analyse of our data we demonstrated that melatonin exerted an immunomodulatory, antioxidant and anti-apoptotic action capable of influencing the fate of the experimental Chagas disease, mitigating the deleterious consequences triggered by the action of the parasite to the host.
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Número de páginas: 16
- Vânia Brazão
- Fabricia Helena Santello
- Rafaela Pravato Colato
- José Clóvis do Prado Júnior