MECANISMOS DE INSTABILIDADE GENÔMICA
No Brasil, as regras que regem o
uso de aditivos alimentares são controladas
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) com base nos referenciais
internacionais, como o Codex Alimentarius,
a União Europeia e, complementarmente, a
Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos. Esses aditivos químicos
suscitam uma série de dúvidas quanto a sua citotoxicidade, mutagenicidade e,
principalmente, sua relação com a carcinogenicidade. Diante disso, este capítulo
relata sobre os possíveis efeitos toxicogenéticos a nível celular causados por aditivos
alimentares tais como corantes, flavorizantes, antimicrobianos, edulcorantes e
antioxidantes. Os estudos mostraram que os corantes alimentares estão relacionados
com toxicidade e citotoxicidade em humanos e animais. Os flavorizantes, como
exemplo, o glutamato monossódico, induzem hiperplasias em células eucarióticas,
neurotoxicidade e hepatoxicidade, além de fragmentações de DNA e morte celular.
Compostos como hidroxitolueno, hidroxianisole, ácido ascórbico e nitrato de sódio,
representantes dos antimicrobianos/conservantes mostraram efeitos genotóxicos
em diversos bioensaios toxicogenéticos, com destaque para o nitrato de sódio e
sua potencialidade carcinogênica em células gastrointestinais. Os edulcorantes/
adoçantes alimentares também apresentam capacidade genotóxica e carcinogênica.
Sacarina, aspartame, ciclamato e acessulfame K revelaram citoxicidade. Em altas
doses, antioxidantes induzem alterações estomacais, citotoxicidade e aberrações
cromossômicas. Portanto, a utilização de aditivos alimentares deve ser melhor
avaliada, considerando o potencial toxicogenético dos compostos químicos devido ao
alto consumo e capacidade indutora de instabilidade genética em células eucarióticas.
MECANISMOS DE INSTABILIDADE GENÔMICA
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DOI: 10.22533/at.ed.9732009044
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Palavras-chave: Segurança alimentar. Genotoxicidade. Carcinogênese. Danos ao DNA.
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Keywords: Food safety. Genotoxicity. Carcinogenesis. DNA damages
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Abstract:
In Brazil, the rules governing the use of food additives are controlled by
the National Health Surveillance Agency (ANVISA) based on international standards
such as Codex Alimentarius, European Union and Unites States Food and Drug
Administration agency. These chemical additives raise a number of doubts regarding
their cytotoxicity, mutagenicity and especially their relationship with carcinogenicity. In
light of this, this chapter describes the possible toxicogenic effects at the cellular level
caused by food additives such as colorants, flavorings, antimicrobials, sweeteners,
and antioxidants. Studies have shown that the food colors are related to toxicity and
cytotoxicity in humans and animals. Flavorants, such as monosodium glutamate,
induce eukaryotic cell hyperplasia, neurotoxicity and hepatotoxicity, and induce
DNA fragmentation and cell death. Compounds as hydroxytoluene, hydroxyanisole,
ascorbic acid and sodium nitrate, representatives of antimicrobials/preservative,
showed genotoxic effects in several toxicogenetic bioassays, especially sodium nitrate
which revealed carcinogenic potential on gastrointestinal cells. Sweeteners or food
sweeteners also have displayed genotoxic and carcinogenic capacity. Saccharin,
aspartame, cyclamate, and acesulfame K have demonstrated cytotoxicity. Antioxidants
induce, in higher doses, stomach changes, cytotoxicity and chromosomal aberrations.
The, use of food additives must be better evaluated, considering the toxicogenetic
potential of the chemical compounds due to high consumption and capacity for genetic
instability in eukaryotic cells.
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Número de páginas: 15
- Ana Amélia de Carvalho Melo Cavalcante
- Antônia Maria das Graças Lopes Citó
- Maria das Graças Freire de Medeiros
- Márcia Fernanda Correia Jardim Paz
- Maria dos Remédios Mendes Brito
- Kátia da Conceição Machado
- Ranyelison Silva Machado
- Maria Luisa Lima Barreto do Nascimento
- Ag-Anne Pereira Melo de Menezes
- Antonielly Campinho dos Reis
- João Marcelo de Castro e Sousa
- Paulo Michel Pinheiro Ferreira