MARCAS, MARKETING E CONSUMO NOS TRENS URBANOS
A partir da observação das
estratégias de venda empregadas pelos
mascates ferroviários que circulam no ramal
Campo Grande – Central do Brasil (RJ) e que
atuam no segmento de alimentos, buscaremos
problematizar as apropriações e os usos
que são feitos dos produtos ditos “de marca”
para impulsionar o comércio daqueles “sem
marca”. Aqui, não restringiremos a temática
da propriedade industrial a sua tradicional
abordagem legalista, pois os aspectos
sociológicos constitutivos das estratégias
de venda dos produtos populares serão
considerados. Portanto, não será pela via da
classificação dessas estratégias comerciais em
desvios que guiaremos a presente análise, uma
vez que a adesão à vertente legalista, ainda
que perfeitamente legítima e defensável do
ponto de vista jurídico, não comporta o alcance
reflexivo possibilitado pela análise sociológica.
Metodologicamente, aconselhados por Geertz
(2002), zelamos pela observação constante
das conseqüências que o “estar lá”, viajando no
transporte ferroviário, evocava na construção
do presente texto, bem como nos preocupamos
com os efeitos que o fato de “estar aqui”, na
instituição de pesquisa, tinha sobre a tradução
que construíamos para os fatos observados e
a autoridade etnográfica que reivindicávamos.
Quanto à relevância do presente estudo,
convém lembrar que na indústria de alimentos,
o branding ocorreu inicialmente de baixo para
cima (RIES, 2006, p.89), ou seja, as primeiras
marcas globais estavam direcionadas ao
consumo popular e, nesse caso, o comércio de
alimentos nos trens urbanos nos ajudar a refletir
sobre questões relativas ao uso das marcas
nas camadas populares.
MARCAS, MARKETING E CONSUMO NOS TRENS URBANOS
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Palavras-chave: Marcas de produtos; Consumo Popular; Comércio Ambulante
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Keywords: Keywords
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Abstract:
Abstract
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Número de páginas: 18
- Elizabeth Pereira Andrade
- Anderson Moraes de Castro e Silva