A pesca é uma das mais tradicionais

e importantes atividades extrativistas na

Amazônia, representando a principal fonte

de proteína na alimentação das comunidades

locais. O presente artigo analisa o manejo

participativo do pirarucu como contribuição

para o desenvolvimento regional sustentável.

Esta assertiva decorre do fato desse modelo

ser fruto de uma ação coletiva dialógica no

processo de gestão dos recursos naturais,

envolvendo as populações ribeirinhas e suas

ações para proteção dos lagos. Os recursos

pesqueiros são uma das grandes riquezas de

promoção de renda e sustentabilidade para

as populações ribeirinhas que inicialmente

desenvolviam seus próprios manejos para

preservação das espécies. O manejo

participativo dos recursos pesqueiros só foi

possível graças à organização das populações

ribeirinhas pelo bem comum, o que promoveu o

fortalecimento das comunidades, o surgimento

de lideranças e melhorias no sistema de

manejo participativo do pirarucu. O manejo

participativo dos recursos pesqueiros, praticado

pelas populações ribeirinhas, representa uma

nova forma de integrar as ações do Estado

com a sociedade civil organizada, contribuindo

com o desenvolvimento, a sustentabilidade

social, econômica e ambiental da pesca na

Amazônia. O desenvolvimento regional, por

sua vez, prioriza a cultura e as matériasprimas

locais, partindo sempre de um acordo

social, que ensejam no ambiente produtivo um

controle e uma cooperação. A discussão que

envolve o manejo participativo ainda é bastante

questionada, por ser uma atividade dinâmica e

de muito esforço coletivo, mas, vale ressaltar

que a mesma tem efetivos impactos, entre eles,

a melhoria do estoque pesqueiro e a melhoria

de renda aos ribeirinhos. Podemos dizer que o

manejo participativo sendo uma ação prosaica

para as populações ribeirinhas necessita de

políticas que o incentive e o promova em outras

áreas.