Compreender o fluxo de propágulos que chegam por meio da chuva de sementes é fundamental para determinar a dinâmica populacional de plantas em habitats alterados. A dominância de bambu pode afetar negativamente o recrutamento e a sobrevivência de árvores, além de limitar a chuva de sementes, o que interfere na sucessão natural da floresta. Nosso estudo avaliou os padrões de chuva de sementes em um remanescente de floresta estacional semidecidual e em plantações de bambu abandonadas há 60 anos, ambas em áreas ripárias no sul do Brasil, inseridas em um mosaico com fragmentos de floresta nativa e silvicultura. Nas áreas de plantações de bambu abandonadas a chuva de sementes foi significativamente alterada, apresentando menor riqueza de espécies e densidade de sementes em comparação com a floresta nativa. A composição de espécies também diferiu da floresta nativa. Com base nas diversas mudanças observadas na chuva de sementes em plantações de bambu abandonadas, como a redução drástica na densidade de sementes (97%), concluímos que apesar da proximidade com fragmentos de vegetação nativa, a chuva de sementes é limita nessas áreas, e assim, inibe o processo de regeneração da vegetação nativa, contribuindo para o ciclo de autoperpetuação da dominância de bambu.