Liberalização de Armas de Fogo e Suicídio no Brasil
O artigo tem como objetivo analisar a relação entre o aumento no acesso a armas de fogo e as taxas de suicídio no País. Visa contribuir com a literatura que ainda carece de estudos empíricos acerca do impacto, nos casos de suicídio, da flexibilização legislativa sobre armas implementada no Brasil a partir de 2019. Para tanto, adotou-se uma abordagem quantitativa por meio de modelo de regressão em que foram utilizados dados de registros de armas, ocorrências de suicídio no período de 2017 a 2022 e população estimada, coletados em bases do IPEA, Ministério da Saúde (SIM) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os resultados apontaram uma relação positiva e significativa entre o número de registros de armas e os suicídios com armas de fogo, que se coadunam com os pressupostos teóricos utilizados, com efeito não linear que sugere saturação em níveis muito altos de disponibilidade de armas. Desse modo, tem-se que a liberalização de armas pode contribuir para um aumento nos suicídios com armas de fogo, reforçando a importância de políticas públicas voltadas à regulação de armas e à prevenção do suicídio. Na análise descritiva, o destaque ficou para o Rio Grande do Sul com altas taxas de suicídio com armas associado a níveis elevados de registro de armas. O estudo aponta a necessidade de abordagens abrangentes que considerem não apenas o controle de meios letais, mas também intervenções voltadas à saúde mental e ao suporte socioemocional.
Liberalização de Armas de Fogo e Suicídio no Brasil
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.985112518038
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Palavras-chave: suicídio; liberalização de armas; políticas públicas.
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Keywords: -
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Abstract: -
- Angerico Alves Barroso Filho
- Hugo Leonardo Menezes de Carvalho