Neoplasias malignas constituem um

grave problema de saúde pública responsáveis

por mais de sete milhões de óbito no mundo.

Dentre estas desordens, leucemia ocorre em

células precursoras do sangue, tem relevância

de ocorrência e responsável em 2015, no Brasil,

por 6.837 óbitos. No curso clínico da leucemia,

as condições a que são expostos os portadores

como o tratamento invasivo com dispositivos

médicos, quimioterapia, uso de antibióticos de

amplo espectro e corticosteroides, bem como

neutropenia aguda grave, tem propiciado

infecções de etiologia fúngica, com destaque as

leveduras do gênero Candida. As manifestações

clínicas da candidemia nesses pacientes são

inespecíficas e variáveis, podendo ser leves

e oligossintomáticas, sendo a febre o sinal

mais comum, podendo evoluir para sepse

grave ou choque séptico. Dentre as espécies

mais comuns como agentes de candidemia

em pacientes com leucemia, estão C. albicans

e C. parapsilosis, mais frequentes no Brasil

acometendo indivíduos com transplante de

medula, seguidas por C. guilliermondii, C.

tropicalis, C. krusei e C. famata. Estas espécies

apresentam diversos fatores de virulência

associados à patogenicidade e altas taxas

de morbimortalidade, como morfogênese,

capacidade de aderência, formação de biofilme e secreção de enzimas. O diagnóstico

laboratorial destas infecções permanece um grande desafio, uma vez que a hemocultura,

metodologia mais utilizada, tem uma sensibilidade de apenas 50% dos casos. Para

o tratamento da candidemia em pacientes com malignidades hematológicas, as

equinocandinas devem ser consideradas como primeira escolha para infecções

invasivas, sendo ainda a anfotericina B lipossomal, fluconazol e o voriconazol boas

alternativas para o tratamento.