Objetivando descrever aspectos de

morbimortalidade por leishmaniose visceral e

indicadores socioeconômicos e de acesso à

saúde em 2005 e 2015 nas cidades de São Luís/

MA, Teresina/PI e Fortaleza/CE, foi realizado

um estudo descritivo e transversal dos dados

de leishmaniose visceral notificados no SIM e

no SINAN, algumas variáveis socioeconômicas

e de acesso à saúde nas referidas capitais nos

anos de 2005 e 2015. As três capitais, apesar

de localizarem-se na região Nordeste do Brasil,

possuem contingentes populacionais com

diferenças marcantes. Houve alta incidência

na cidade de Teresina, em 2005, com 17,9

casos/100 mil habitantes, apesar de possuir

a menor população total; em 10 anos houve

diminuição de aproximadamente 10 casos da

doença por 100 mil habitantes, já as cidades

de São Luís e Fortaleza sofreram aumento

pouco significativo em suas taxas de incidência

entre 2005 e 2010. Porém, a taxa de letalidade

aumentou nas três capitais estudadas, mesmo

naquela que experimentou um declínio de

quase 42% no surgimento de casos novos

de leishmaniose visceral – Teresina. Quanto

o aumento no número de estabelecimentos

de saúde em São Luís e Teresina, ocorrendo

discreta diminuição em Fortaleza em virtude do

desmembramento de alguns de seus bairros

em novos municípios neste período, quando

comparados 2005 e 2009. Entretanto, o

aumento dos estabelecimentos não influenciou

na diminuição da letalidade da doença. A LV

permanece em expansão e houve agravamento

dos casos (aumento da letalidade) nas cidades

estudadas, apontando as sucessivas falhas nas

medidas de controle e o quanto a doença ainda

é negligenciada.