Leituras do corpo em três obras de Heloneida Studart
Em tempos de debates sobre
o feminino, Heloneida Studart, brasileira,
nordestina, jornalista e romancista da década
de 50, precisa retomar o posto nas discussões
acadêmicas. Analisamos três obras da
escritora: dois estudos - um manifestando o uso
dos corpos femininos, na sociedade, ao longo
do tempo, desde as sociedades primitivas até
hoje, o outro defendendo a figura da prostituta
como um corpo que rompe com o patriarcado
– e um romance, que narra às atrocidades da
ditadura, as respostas e os comportamentos
dos corpos torturados por um regime intolerável.
Para fundamentarmos a compreensão desse
corpo contemporâneo, utilizamos ensaios
literários de crítica sociológica, uma tese e uma
entrevista sobre a criação literária de Heloneida
Studart e alguns conceitos pensados pelo pósestruturalismo sobre a história da sexualidade e
do corpo, como exemplos: a ambivalência dos
prazeres sexuais, o papel da Igreja na opressão
íntima e social da mulher, a liberdade financeira
e sexual femininas, a transformação do corpo
em propriedade privada, a construção cultural
do corpo de sexo feminino, entre outros. A
princípio, percebemos um silenciamento das
escritoras brasileiras feministas, que já têm um
histórico de luta, nas letras contemporâneas, em
contrapartida à visão comercial de feministas
americanas radicais. Heloneida não era a favor
da queima de sutiãs, mas foi uma deputada
importante no cenário político brasileiro e
batalhou em prol de melhorias das condições
da mulher na sociedade. O corpo na escrita
literária e ensaísta de Heloneida nos apresenta
um conflito ainda regido em pleno século XXI: o
do controle.
Leituras do corpo em três obras de Heloneida Studart
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DOI: 10.22533/at.ed.92619050222
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Palavras-chave: Corpo feminino, Contemporâneo, Opressão, Sexualidade
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Keywords: Body feminine, Contemporary, Oppression, Sexuality.
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Abstract:
In times of debate about the
feminine, Heloneida Studart, brazilian, northeast,
journalist and novelist from the 50’s, needs to
resume the post in the academic discussions.
We analyse three books by the writer: two
studies – one of this has manifested the use
of bodies feminines, in society, for a long time,
since the primitive societies to today, the other
has defended the figure of whore as a body
that breaks with the patriarchy – and one novel
that narrates the atrocities of the ditactorship,
the answers and the behaviors of the tortured
bodies by an intolerable regime. Then, for we
prove the comprehension this contemporary
body, we use literary essays of sociological
criticism, a thesis and an interview about the
literary creation of Heloneida Studart and some
concepts has thought by post-sctructuralism about the history of sexuality and the
body, for examples: the ambivalence of sexual pleasures, the role of the Church in the
intimate and social oppression of women, the freedom financial and sexual feminine,
the transformation of the body into private property, and others things. At first, we
have perceived a silence of brazilian writers feminists, that already have a fighting
history, in contemporary letters, in contrast the commercial vision of radical american
feminists. Heloneida wasn’t in favor of burning the brassieres, however she was a
deputy very important of political brasilian canary and she battled for the improvement
of the conditions of women in society. The body, in the literary writing and essayist of
Heloneida, presents us a conflict still has ruled in the 21st century: the control.
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Número de páginas: 15
- Juliana Braga Guedes