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Jornalismo Literário e Pós-Memória na África Colonial Portuguesa do Século XX: o Caso dos Livros-Reportagem sobre Retornados
Nos anos de 1974 e 1975, cerca de
meio milhão de portugueses se viram obrigados
a deixarem suas vidas construídas em
territórios dominados na África, especialmente
Angola e Moçambique, para embarcarem em
viagens emergenciais de volta para Lisboa,
então metrópole daquele decadente império. A
pressa, a necessidade de deixar residências,
empregos, investimentos, objetos pessoais,
parentes e amigos para trás, no sentido de
salvarem as próprias vidas, dada a convulsão
social local, forjaram nestes cidadãos nacionais
que viviam sob a égide da ditadura salazarista
um sentimento de raiva, medo e revolta que teve
de ser escondido na nascente ambiência de um
país que vivia uma revolução democrática de
esquerda. Nos últimos dez anos, especialmente,
uma geração de jovens jornalistas que nasceu
depois da Revolução dos Cravos e que só
dispõe de memórias de segunda ordem decidiu
reescrever estas histórias pessoais e coletivas.
É de alguns destes livros-reportagem que
trata este trabalho. No intuito de promover o
cruzamento da Literatura e da Comunicação
Social, o trabalho discute contribuições de
livros recentemente lançados em Portugal que
tematizam o retorno de cidadãos portugueses
que viveram nas colônias até fins de 1975.
Jornalismo Literário e Pós-Memória na África Colonial Portuguesa do Século XX: o Caso dos Livros-Reportagem sobre Retornados
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DOI: 10.22533/at.ed.82119250422
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Palavras-chave: Comunicação social; Literatura; Colonização portuguesa; África; Pós-memória.
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Keywords: Social Communications; Literature; Portuguese colonization; Africa; Post-memory.
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Abstract:
By 1974 and 1975, about half
a million portuguese citizens were forced
to abandon their current daily lives built
in african territories dominated by them,
specially Angola and Mozambique, to board
on emergencial trips back to Lisbon, by then
the center of that decadent empire. The hurry
to leave behind residences, jobs, investments,
personal belongings, family and friends, so
they could save their own lives, given the social
convulsion, forged in these citizens a feeling
of anger, fear and rage immediately hidden
within the emerging left-oriented democratic
revolution ambience they met in their arrival at
the capital. Especially within the past ten years,
a young jornalists generation, born after the
Carnation Revolution, who only had secondhanded memories, decided to rewrite these
personal and collective stories. This work focus
on some of these reporting-books. At the aim of
promoting the crossing between Literature and
Social Communications, this work discusses the
contributions brought by these books recently
issued in Portugal. They tematize the return of
the citizens who lived in the former colonies until
late 1975.
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Número de páginas: 15
- Flávia Arruda Rodrigues