INTOXICAÇÃO EXÓGENA, SEU PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E ETIOLOGIAS: DIFERENÇAS ENTRE AS 5 REGIÕES DO BRASIL NO ANO DE 2019
A intoxicação exógena consiste em efeitos nocivos que causam desequilíbrio orgânico e, apesar de subestimada, é um significativo problema de saúde pública no Brasil. O reconhecimento do agravo e o desenho de seu perfil epidemiológico são ferramentas de estudo, que facilitam o desenvolvimento das políticas de saúde necessárias para prevenção e controle. O objetivo do estudo era definir o perfil epidemiológico das notificações nas regiões Sul (S), Sudeste (SE), Norte (N), Nordeste (NE) e Centro-Oeste (CO), em 2019, indicando sua predominância e correlacionando com variáveis para identificar os principais agentes tóxicos, a circunstância de ocorrência e evolução. Além disso, o intuito era analisar medidas que reduzem sua incidência, intensificar políticas de saúde focadas na necessidade regional e aumentar os investimentos em prevenção, reduzindo custos com tratamento e reabilitação. O estudo original de natureza descritiva compreendeu como estratégias metodológicas um corte transversal referente ao ano 2019, com valores retirados do DATASUS analisados com Excel. Ademais, por não apresentar aspectos éticos e legais foi dispensável o protocolo de um CEP. Após análise, observou-se que a região de maior notificação no ano de 2019 foi a região SE (45,6%), seguida da S (21,0%), NE (20,5%), CO (8,5%) e N (4,0%). Em relação ao ageísmo, em ordem decrescente, tivemos: de 20-39 anos (43%),10-19 anos (22%), 40-59 anos (18%), 1-9 anos (11%), 60-69 anos (3%), < 1 ano (2%) e por fim > 70 anos (1%). Dentre os agentes tóxicos a prevalência foi: medicamento (59%), drogas de abuso (14%), alimento e bebida (5%), produto de uso domiciliar (5%), agrotóxico agrícola (4%), raticida (3%) e outros (10%). Quanto a evolução tivemos a sistematização: cura sem sequelas (94%), perda de seguimento (3%), cura com sequelas (2%) e óbito (1%). Dentre as circunstâncias as de maior relevância foram a tentativa de suicídio (52%), seguida por: acidental (16%), abuso (14%), uso habitual (6%), automedicação (3%), ingestão de alimento (3%), uso terapêutico (2%) e outros (4%). Diante do exposto é válido salientar que a região SE merece maior atenção nos cuidados de prevenção, visto que apresentou maior incidência. Já em relação ao ageísmo, as principais foram entre 10 e 39 anos, mostrando que a fase da pré adolescência a idade adulta são as mais afetadas o que pode ser justificado pelos conflitos de mudanças hormonais, sociais e relacionamentos desse período, sendo fundamental medidas de prevenção voltadas a esse público, utilizando as redes sociais para campanhas e informativos. Quanto aos agentes tóxicos, o principal foi os medicamentos, associado a tentativa de suicídio e automedicação, sendo importante a ação multidisciplinar dos profissionais da saúde, afim de fazer uma busca ativa e sanar tais falhas. Por fim, é necessário trabalhar no combate às drogas desde a infância, já que observamos o abuso dessas como importante causa.
INTOXICAÇÃO EXÓGENA, SEU PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E ETIOLOGIAS: DIFERENÇAS ENTRE AS 5 REGIÕES DO BRASIL NO ANO DE 2019
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.91021080712
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Palavras-chave: Ageísmo. Evolução. Exposição. Incidência. Intoxicação.
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Keywords: Ageism. Evolution. Exhibition. Incidence. Intoxication.
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Abstract:
Exogenous intoxication consists of harmful effects that cause organic imbalance and, although underestimated, it is a significant public health problem in Brazil. The recognition of the disease and the design of its epidemiological profile are study tools, which facilitate the development of health policies necessary for prevention and control. The objective of the study was to define the epidemiological profile of notifications in the South (S), Southeast (SE), North (N), Northeast (NE) and Midwest (CO) regions, in 2019, indicating their predominance and correlating with variables to identify the main toxic agents, the circumstance of occurrence and evolution. In addition, the aim was to analyze measures that reduce its incidence, intensify health policies focused on regional needs and increase investments in prevention, reducing costs with treatment and rehabilitation. The original study of a descriptive nature comprised cross-sectional method referring to the year 2019 as methodological strategies, with values taken from DATASUS analyzed with Excel. Furthermore, as it does not present ethical and legal aspects, the protocol of a CEP was unnecessary. After analysis, it was observed that the region with the highest notification in 2019 was the SE (45.6%), followed by S (21.0%), NE (020.5%), CO (8.5 %) and N (4.0%). Regarding ageism, in decreasing order, we had: 20-39 years (43%), 10-19 years (22%), 40-59 years (18%), 1-9 years (11%), 60- 69 years (3%), <1 year (2%) and finally> 70 years (1%). Among the toxic agents, the prevalence was: medication (59%), drugs of abuse (14%), food and drink (5%), household products (5%), agricultural pesticides (4%), rodenticide (3%) and others (10%). As for the evolution, we had the systematization: cure without sequelae (94%), loss of follow-up (3%), cure with sequelae (2%) and death (1%). Among the circumstances, the most relevant ones were the suicide attempt (52%), followed by: accidental (16%), abuse (14%), habitual use (6%), self-medication (3%), food intake (3 %), therapeutic use (2%) and others (4%). Given the above, it is worth noting that the SE region deserves greater attention in preventive care, since it had a higher incidence. In relation to ageism, the main ones were between 10 and 39 years old, showing that the phase of pre-adolescence to adulthood are the most affected, which can be justified by the conflicts of hormonal and social changes and relationships of that period, being essential measures of prevention aimed at this audience, using social networks for campaigns and newsletters. As for the toxic agents, the main one was the medications, associated with the suicide attempt and self-medication, being important the multidisciplinary action of the health professionals, in order to make an active search and remedy such failures. Finally, it is necessary to work in the fight against drugs since childhood, since we see the abuse of these drugs as an important cause.
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Número de páginas: 3
- ALESSANDRA POZZOBON
- ALICE ARANTES REZENDE COSTA E SILVA
- ANA ISABELA MARCHINSKI MATTE
- CLÁUDIA REGINA DIAS CESTARI
- ILANA CAROLINA SARTORI
- Ana Gabriela Marchinski Matte