INTOXICAÇÃO AGUDA CAUSADA POR BENZODIAZEPÍNICOS
Os benzodiazepínicos (BZD) estão entre os fármacos mais prescritos no mundo. Para gerar efeitos atenuantes da excitabilidade neural, seu mecanismo implica a ativação de receptores gabaérgicos no sistema nervoso central. São bem absorvidos por via oral, circulam ligados às proteínas e sofrem metabolização hepática. Além disso, possuem alto índice terapêutico e, portanto, a dose, para ser tóxica, deve ser muito alta. Então, a maior parte dos atendimentos no departamento de emergência é por tentativas de suicídio. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão literária sobre a abordagem ao paciente com intoxicação aguda por BZD, especificando os sinais e sintomas, diagnósticos, terapêutica inicial e tratamento apropriado. Utilizaram-se materiais acadêmicos publicados a partir de 2009, disponibilizados em plataformas eletrônicas, como Google Acadêmico, PubMed, BIREME, SciELo. Além disso, empregaram-se livros renomados de psicofarmacologia e emergências clínicas como forma de complementar o conteúdo analisado. É concebido que os sinais e sintomas da intoxicação incluem fala arrastada, ataxia, hiporreflexia, redução das frequências cardíaca e respiratória, pressão arterial e temperatura, ruídos hidroaéreos e ocasional miose. O diagnóstico é clínico, embasado na história de exposição ao medicamento, além de exame físico sugestivo. Como diagnósticos diferenciais, têm-se intoxicação por outras drogas depressoras do SNC, hipoglicemia, sepse, distúrbios hidroeletrolíticos e doenças neurológicas. O tratamento compreende primariamente a assistência respiratória por ventilação assistida e manutenção dos sinais vitais; posteriormente, descontaminação, cujo método depende do tempo de ingestão do benzodiazepínico: lavagem gástrica pode ser realizada na primeira hora e o carvão ativado até duas horas. Apenas em casos de parada respiratória ou cardiorrespiratória usa-se Flumazenil, antagonista específico administrado como antídoto. Destarte, na toxíndrome sedativa-hipnótica, diante dos diagnósticos clínicos e diferenciais e da intensidade de cada situação, deve-se aplicar medidas de desintoxicação e administração de antídoto.
INTOXICAÇÃO AGUDA CAUSADA POR BENZODIAZEPÍNICOS
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DOI: 10.22533/at.ed.07120210811
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Palavras-chave: Benzodiazepínicos; Intoxicação; Suicídio; Terapêutica.
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Keywords: Benzodiazepines; Intoxication; Suicide; Therapy.
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Abstract:
Benzodiazepines (BZD) are one of the most prescribed drug group in the world. In order to mitigate effects on neural excitability, its mechanism implies the activation of gabaergic receptors in the central nervous system. They are well absorbed orally, also circulate linked to proteins and undergo hepatic metabolism. In addition, they have a high therapeutic index, thus, in order to be toxic, the dosage must be potencial elevated. Therefore, most calls to emergency department are due to suicide attempts. The present study aimed to create a literary review about the approach to the patient with acute BZD intoxication, specifying the signs and symptoms, diagnoses, initial therapy and appropriate treatment. Academic materials published since 2009, available on electronic platforms like Google Academic, PubMed, BIREME, SciELO. In addition, renowned academic books on psychopharmacology and clinical emergencies were used as a way to complement the analyzed content. It is conceived that the signs and symptoms of intoxication include slurred speech, ataxia, hyporeflexia, reduced heart and respiratory rates, blood pressure and temperature, hydro-air noises and miosis. The diagnosis is clinical, based on the history of exposure to the drug, in addition to a suggestive physical examination. Differential diagnosis includes intoxication with other SNC depressant drugs, hypoglycemia, sepsis, hydroelectrolytic disorders and neurological diseases. First, the treatment consists on respiratory assistance by assisted ventilation and maintenance of vital signs; after, decontamination, which depends on the benzodiazepine ingestion time: lavage shall be performed in the first hour and activated charcoal for up to two hours. Flumazenil might be used, but only in respiratory or cardiac arrest, administered as an antidote. Consequently, in sedative-hypnotic toxicity syndrome, given the clinical and differential diagnoses and the intensity of each situation, detoxification measures and antidote administration should be applied.
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Número de páginas: 11
- Izis Leite Maia de Ávila
- Ana Beatriz Tenório Ferreira de Souza
- Yuri Navega Vieira
- Elder Machado Leite
- Elba Soraya Magalhães da Luz
