INTERVENÇÕES DO ENFERMEIRO À PESSOA COM DOENÇA DE ALZHEIMER
Com o envelhecimento populacional atual, as doenças neurodegenerativas tornam-se um grande desafio à saúde pública e qualidade de vida dos doentes. O incremento da prevalência da Doença de Alzheimer (DA) acompanha a maior longevidade. A DA é uma patologia neurodegenerativa crónica, progressiva e irreversível, com perda sináptica, redução da força sináptica e neurodegeneração, resultante da destruição de neurónios colinérgicos, formação de placas amilóides (placas senis), compostas por peptídeo β amilóide (Aβ) e as tranças neurofibrilares, constituídas por aglomerados intracelulares de proteína tau hiperfosforilada. A manifestação inicial da doença carateriza-se pela perda progressiva da memória recente. Com a progressão da patologia, outras alterações vão ocorrer, tanto na memória como na cognição, destacando-se os défices de linguagem e das funções viso-espaciais. Estes sintomas habitualmente são também acompanhados por alterações comportamentais, que incluem agressividade, depressão e alucinações. Como fatores de risco, podem ser destacados a idade avançada e história familiar prévia. O diagnóstico da DA define-se por ser essencialmente clínico, obtido por meio da anamnese pormenorizada e avaliação neuropsicológica, sendo avaliados os domínios cognitivos do doente. Os estudos dos biomarcadores constituíram um avanço assinalável no estabelecimento do diagnóstico da DA, controlo sintomatológico e prevenção. O seu tratamento carateriza-se por ser multifatorial, composto por duas vertentes fundamentais: o primeiro farmacológico, e a outra dimensão ao nível do não farmacológico ou comportamental. As competências desenvolvidas pelos profissionais de enfermagem de planeamento, de identificação das intervenções adequadas bem como a sua implementação, são cruciais para promover a melhoria da qualidade de vida do doente portador da DA. Esses cuidados de enfermagem são multidisciplinares e exigem uma dimensão teórico-prático exímia, que incluem estimulação cognitiva, terapia de orientação para a realidade, intervenção social e ambiental, promoção da autonomia, gestão dos sinais/ sintomas, bem como todo o suporte providenciado aos cuidadores/família do doente com DA.
INTERVENÇÕES DO ENFERMEIRO À PESSOA COM DOENÇA DE ALZHEIMER
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DOI: 10.22533/at.ed.33523290310
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Palavras-chave: Demência; Doença de Alzheimer; Cuidados de enfermagem.
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Keywords: Dementia; Alzheimer Disease; Nursing Care.
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Abstract:
With the current ageing population, neurodegenerative diseases have become a major challenge to public health and quality of life of patients. The increase in the prevalence of Alzheimer's disease (AD) accompanies greater longevity. AD is a chronic, progressive, and irreversible neurodegenerative pathology, with synaptic loss, reduced synaptic strength and neurodegeneration, resulting from the destruction of cholinergic neurons, formation of amyloid plaques (senile plaques), composed of β-amyloid peptide (Aβ) and neurofibrillary braids, composed of intracellular clusters of hyperphosphorylated tau protein. The initial manifestation of the disease is characterized by the progressive loss of recent memory. With the progression of the pathology, other alterations will occur, both in memory and cognition, with language and visuospatial function deficits standing out. These symptoms are usually also accompanied by behavioral alterations, which include aggressiveness, depression and hallucinations. Advanced age and previous family history can be highlighted as risk factors. The diagnosis of AD is defined as being essentially clinical, obtained by means of a detailed anamnesis and neuropsychological assessment, with the patient's cognitive domains being evaluated. Biomarker studies have constituted a remarkable advance in the establishment of AD diagnosis, symptom control and prevention. Its treatment is multifactorial and composed of two key dimensions: the pharmacological dimension and the non-pharmacological or behavioral dimension. The skills developed by nursing professionals in planning, identifying the appropriate interventions and implementing them are crucial to promote the improvement of the quality of life of patients with AD. This nursing care is multidisciplinary and requires an excellent theoretical and practical dimension, which includes cognitive stimulation, reality orientation therapy, social and environmental intervention, promotion of autonomy, management of signs/symptoms, as well as all the support provided to the caregivers/family of the patient with AD.
- Carlos Pires Magalhães
- João Ricardo Miranda da Cruz