INTERSTÍCIO: UM NOVO ORGÃO?
Metade do líquido existente no
corpo reside dentro das células, e cerca de um
sétimo está no coração, vasos sanguíneos,
gânglios linfáticos e vasos linfáticos. Porém, o
um terço restante não havia sido identificado, e
foi nomeado pelos cientistas como “interstício”.
Um novo estudo publicado em março de
2018 atribui ao interstício uma nova definição
e um novo conceito à sua contribuição no
funcionamento do corpo humano. Os novos
estudos mostraram que o tecido conjuntivo e
conectivo localizado ao redor dos órgãos, que
antes eram caracterizados como uma camada
densa e compacta em cortes histológicos, são
na verdade compartimentos, apoiados por uma
malha de proteína do tecido conjuntivo com
colágeno e elastina, reunindo mais de 1/5 dos
fluidos do organismo. Deduziu-se agora que
essa camada é uma via expressa para fluidos
em movimento que explica o porquê o câncer
que invade essa estrutura tem maior chance de
metástase. Além da participação conjunta com
o sistema linfático, mostrou-se também que as
células que residem nesse espaço - e os feixes
de colágeno que elas revestem - mudam com a
idade e podem contribuir para o enrugamento
da pele, enrijecimento dos membros e a
progressão de doenças fibróticas, escleróticas
e inflamatórias. O interstício, apesar de nunca
ter sido classificado como órgão, sempre teve
sua existência descrita na literatura. Nesse
ponto de vista, é possível publicar uma lista
com inúmeros novos órgãos. Logo, esta nova
definição pode levar a avanços na medicina, ou
apenas não passar de mais um fato irrelevante
na história.
INTERSTÍCIO: UM NOVO ORGÃO?
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DOI: 10.22533/at.ed.33119250917
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Palavras-chave: Anatomia, Interstício, Órgão
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Keywords: Anatomy, Interstitium, Organ
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Abstract:
Half of the liquid in the body resides within the cells, and about a seventh is
in the heart, blood vessels, lymph nodes and lymphatic vessels. However, the remaining
one third had not been identified, and was named by the scientists as “interstitial”. A
new study published in March 2018 attributes to the interstitium a new definition and
a new concept to its contribution to the functioning of the human body. New studies
have shown that connective and connective tissue located around organs, which were
previously characterized as a dense and compact layer in histological sections, are
actually compartments, supported by a connective tissue protein mesh with collagen
and elastin, more than 1/5 of the body’s fluids. It has now been deduced that this
layer is an expressway for moving fluids that explains why the cancer that invades this
structure has a greater chance of metastasis. In addition to joint involvement with the
lymphatic system, it has also been shown that the cells that reside in this space - and the
collagen bundles they cover - change with age and can contribute to skin wrinkling, limb
stiffening and fibrotic, sclerotic and inflammatory diseases. The interstitium, although
never classified as an organ, has always been described in the literature. From this
point of view, it is possible to publish a list with numerous new organs. Therefore, this
new definition can lead to advances in medicine, or just to be nothing more than an
irrelevant fact in history.
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Número de páginas: 15
- Monalise Malta Lacerda Brandão
- Myllena Caetano Leite Inácio dos Santos
- Mirla Francisca Rocha Ribeiro
- Michelle Miranda Pereira Camargo
- Henrique Pereira Barros
- Paula Carvalho Lisboa Jatobá