INTERSECÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E LINGUÍSTICA NO APRENDIZADO DE INGLÊS: UM “INGLÊS BRASILEIRO”
O objetivo desse artigo é refletir
acerca do ensino e da aprendizagem de língua
inglesa no Brasil partindo de uma perspectiva
que contemple os fatores socioculturais e,
também, os fatores linguísticos que podem
influenciar o aprendizado de uma língua
estrangeira. Weinreich, Labov e Herzog (2006
[1968]) veem quaisquer mudanças linguísticas
como fruto de um processo de encaixamento
linguístico entre variáveis internas ao sistema
linguístico e aquelas externas a ele (i.e. fatores
socioeconômicos). A ideia é, dessa maneira,
verificar como diferentes fatores podem estar
interligados favorecendo a variação linguística
na variedade de inglês falada por brasileiros,
especialmente aqueles que estão no processo
de ensino-aprendizagem dessa nova língua.
Questões como o sistema de ensino básico
brasileiro, avaliação de proficiência, uso do inglês
com outros falantes e questões de alfabetização
e letramento podem ser considerados como
fatores extralinguísticos (externos à língua, mas
que nela exercem influência) que junto a fatores
do sistema linguístico, como a questão da
Interlíngua, podem levar os falantes brasileiros
a desenvolver um “inglês brasileiro” (cotejando
termos conhecidos como “inglês britânico” ou
“inglês americano”), ou ao uso desse idioma
como “língua franca”, de forma a garantir
que o propósito de qualquer mensagem seja
passado adiante. Considerar que existe uma
variedade de “inglês brasileiro” é considerar que
determinados traços linguísticos da variedade
brasileira do português podem ser transferidos
para a produção oral dos brasileiros que falam
inglês. O trabalho que segue é um resumo
desses pontos
INTERSECÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E LINGUÍSTICA NO APRENDIZADO DE INGLÊS: UM “INGLÊS BRASILEIRO”
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DOI: 10.22533/at.ed.8141924045
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Palavras-chave: Língua inglesa. Variação Linguística. Ensino.
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Keywords: English language; Linguistic Variation; Teaching
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Abstract:
This article aims on reflecting on
the teaching process of the English language
in Brazil starting from a perspective that
contemplates the sociocultural factors and
also the linguistic factors that might influence
the learning of a foreign language. Weinreich,
Labov and Herzog (2006 [1968]) see any
linguistic changes as the result of a process of
linguistic fit between variables internal to the
linguistic system and those external to it (i.e.
socioeconomic factors). The idea is, therefore,
to verify how different factors can be interlinked
favoring linguistic variation in the variety of
English spoken by Brazilians, especially those
who are in the learning process of this new
language. Issues such as the Brazilian basic education system, proficiency evaluation, use of English with other speakers, and literacy
issues can be considered as extralinguistic factors (external to the language, but which
exert influence in it) that along with linguistic system factors, such as Interlanguage,
can lead Brazilian speakers to develop a “Brazilian English” (in comparison to terms
known as “British English” or “American English”), or to use this language as “lingua
franca”, to ensure that the purpose of any message is passed on. To consider that
there is a variety of “Brazilian English” is to consider that certain linguistic traits of the
Brazilian variety of Portuguese can be transferred to the oral production of Brazilians
who speak English. The work that follows is a summary of these points.
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Número de páginas: 15
- Victor Carreão