INTERAÇÕES ENTRE PRÁTICAS POLÍTICAS E ORDENS ESTATAIS: A EXPERIÊNCIA DAS ORGANIZAÇÕES DE CANNABIS NO EQUADOR
Este artigo aborda as interações entre ordens de Estado e práticas políticas das organizações equatorianas de cannabis (OCE) ao estudar seus conflitos, subjetivos e lutas políticas entendidos como demandas inaceitáveis de configuração social baseadas em regras, normas e práticas que podem ser contestadas. As OCE, principalmente, estão mobilizadas para a descriminalização dos usuários de cannabis, para a descriminalização do cultivo da cannabis, bem como para a legalização e regulação da cannabis medicinal, industrial e recreativa. Elas constroem um conjunto de demandas, de potenciais resistências, por parte de redes de aliança e confiança que buscam investir papéis nas relações de poder e quebrar dinâmicas específicas de dominação.
Esta análise se concentra em três níveis de interação entre o Estado equatoriano e as OCE: interações de cima para baixo, interações de baixo para cima e interações mútuas. Estamos interessados em analisar as práticas políticas das OCE como figurações diante das ordens do Estado para responder a algumas perguntas e desenvolver nossa contribuição central de pesquisa: descrever ¿quem são e por que participam?, ¿como foram formadas como uma organização da cannabis?, o que fazem? e ¿como politizam sua prática de uso e cultivo de cannabis?
No caso do Equador, a criminalização do cultivo, consumo e posse de cannabis manifesta eventos repetidos dentro dos regimes constitucionais da região. O entendimento do Estado a partir das relações com outras organizações da sociedade nos permite descrever as disputas sobre a ordem e organização da vida social da população. Durante uma década de ação contenciosa (2009-2019), as OCE defendem uma identidade coletiva, desafiam o Estado e buscam mudar a ordem da sociedade equatoriana quanto ao consumo e regulação de cannabis medicinal, industrial e recreativa através da disseminação e ampliação de suas crenças, práticas e quadros de ação coletiva.
INTERAÇÕES ENTRE PRÁTICAS POLÍTICAS E ORDENS ESTATAIS: A EXPERIÊNCIA DAS ORGANIZAÇÕES DE CANNABIS NO EQUADOR
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DOI: 10.22533/at.ed.7162120092
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Palavras-chave: práticas políticas, organizações de cannabis, ordem do Estado, demandas coletivas, Equador
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Keywords: political practices, cannabis organizations, state order, collective demands, Ecuador
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Abstract:
This article discusses the interactions between state orders and political practices of Ecuadorian cannabis organizations (OCE) when studying their conflicts, subjective and political struggles understood as unacceptable demands for social configuration based on rules, norms and practices that can be challenged. OCE, in the first place, are mobilized for the decriminalisation of cannabis users, for the decriminalisation of cannabis cultivation, as well as for the legalization and regulation of medicinal, industrial and recreational cannabis. They build a set of demands, of potential resistance, on the part of networks of alliance and trust that seek to invest roles in power relations and break specific dynamics of domination.
This analysis focuses on three levels of interaction between the Ecuadorian State and OCE: top-down interactions, bottom-up interactions, and mutual interactions. We are interested in analyzing the political practices of OCE as figurations before the orders of the State to answer some questions and develop our central research contribution: describe who they are and why do they participate?, how were they formed as a cannabis organization?, what do they do? and ¿how do they politicize their practice of cannabis use and cultivation?
In the case of Ecuador, the criminalization of cannabis cultivation, consumption and possession manifests repeated events within the constitutional regimes of the region. The understanding of the State from the relations with other organizations of society allows us to describe the disputes about the order and organization of the social life of the population. During a decade of contentious action (2009-2019), OCE defend a collective identity, challenge the State and seek to change the order of Ecuadorian society regarding the consumption and regulation of medicinal, industrial and recreational cannabis through the dissemination and expansion of their beliefs, practices and collective action frameworks.
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Número de páginas: 15
- Andrés Rodríguez Mera