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Inovando o cuidar e empoderando usuários e familiares em sofrimento psíquicos

A inclusão das ações de saúde mental como prática das equipes de Saúde da Família reforça não apenas os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) da universalidade, equidade e integralidade, mas contribui para a consolidação da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Neste âmbito, é relevante a manutenção do portador do transtorno mental no seu território, no seu cotidiano, evitando ao máximo as internações; e mesmo quando necessárias, que sejam curtas e emergenciais, preservando os vínculos com familiares e rede social (CORREIA; BARROS; COLVERO, 2011).

Estimativas internacionais e do Ministério da Saúde (MS) referem que 3% da população (5 milhões de pessoas) necessita de cuidados contínuos por transtornos mentais severos e persistentes; e mais 9% (totalizando 12% da população geral do país – 20 milhões de pessoas) precisam de atendimento eventual (transtornos menos graves) (SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE, 2007). Estas estimativas ressaltam a importância da saúde mental como uma questão de Saúde Pública de grande impacto no âmbito coletivo.

As transformações no modelo de atenção em saúde mental acabam por priorizar ações voltadas para inclusão social e autonomia das pessoas portadoras de transtornos mentais. É certo que os profissionais de saúde convivem diariamente com as dificuldades da superação do modelo biomédico e hospitalocêntrico, e a aplicabilidade da medicina centrada na pessoa. Também é conhecido que a variedade de ações programadas na UBSF direcionadas para a saúde mental é mais ampla quando há na unidade de saúde uma equipe que compreenda a importância da construção de vínculo com os pacientes, e da sua inclusão na comunidade.Portanto, ainda são necessárias mudanças na legislação e novas propostas de atenção à saúde mental (CORREIA; BARROS; COLVERO, 2011).

É neste contexto que a Reforma Psiquiátrica traz a proposta da desinstitucionalização, ou seja, trata da temática da loucura como "progressiva „devolução à comunidade‟ da responsabilidade em relação aos seus doentes e aos seus conflitos"; ou seja, é buscar "outro lugar social para a loucura na nossa cultura". Exige que, de fato, haja um deslocamento das práticas psiquiátricas para práticas de cuidado realizadas na comunidade. Contudo, a realidade de exclusão ainda existe, talvez de forma mais consciente. Portanto, é preciso aceitar as diferenças para que a comunidade possa conviver com elas, e ter como resultado a inclusão, aspirada pela Reforma Psiquiátrica (GONÇALVES; SENA, 2001).

O município de Antônio João é regionalizado por três Unidades Básicas de Saúde de Família com Saúde Bucal sendo matricida por um NASF-AB tipo 2, onde com intercorrência da demanda em saúde mental, houve necessidade em intervenção para atender este publico, através da Assistente Social do NASF iniciou-se nas três UBSFs grupo voltado à saúde mental, sendo um desafio, pois a saúde mental é um dos gargalos do SUS.

Na primeira fase realizou-se levantamento epidemiológico no município onde obteve um índice elevado de pacientes que fazem uso de psicotrópicos, portadores de um código CID 10. Nesta fase foi desenvolvido com equipe multidisciplinar de cada UBSF reunião de equipe, roda de conversa, estudo de caso e busca ativa, elencando a demanda a ser atendida, diante disso foi estabelecendo e estruturando conforme cada área de abrangência um projeto de intervenção na atenção básica em saúde mental objetivando-se alcançar um modelo filantrópico de atendimento, onde prioriza oferecer um tratamento digno e uma nova expectativa de vida para dependentes de substancias Psicoativas, trabalhando para uma Recuperação do Físico, Emocional e Espiritual, e oferecer qualificação e reinserção Sócio-Familiar ao cliente. Desta forma, com o trabalho filantrópico junto ao trabalho muldiciplinar e interdisciplinar ambulatorial pretendendo desenvolver um trabalho, com intuito em preparar todos os responsáveis para o acolhimento e inserção do paciente na família e sociedade, buscando trazer o paciente para o convívio social e familiar, para que o mesmo se sinta ``humano´´ e que seja tratado de tal forma. Sabemos que tanto a família como a sociedade devem ser preparados para conviver com tais diferenças, mais sabemos também que a agressividade das internações, diante disto tentamos sempre a prevenção, promoção e proteção.

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Inovando o cuidar e empoderando usuários e familiares em sofrimento psíquicos

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.45121281023

  • Palavras-chave: inclusão, saúde mental, SUS, NASF, desafio, saúde familiar

  • Keywords: inclusion, mental health, SUS, NASF, challenge, family health

  • Abstract:

    The inclusion of mental health actions as a practice of Family Health teams reinforces not only the principles of the Unified Health System (Sistema Único de Saude - SUS) of universality, equity and comprehensiveness, but contributes to the consolidation of the Brazilian Psychiatric Reform. In this context, it is important to maintain the patient with mental disorder in their territory, in their daily lives, avoiding hospitalizations as much as possible; and even when necessary, they should be short and emergency, preserving ties with family members and social network (CORREIA; BARROS; COLVERO, 2011).

    International and Ministry of Health estimates indicate that 3% of the population (5 million people) needs continuous care for severe and persistent mental disorders; and 9% more (totaling 12% of the country's general population – 20 million people) need occasional care (less serious disorders) (SECRETARIA DE ATTENTION TO HEALTH, 2007). These estimates highlight the importance of mental health as a Public Health issue with a great impact in the collective sphere.

    The transformations in the mental health care model end up prioritizing actions aimed at social inclusion and autonomy of people with mental disorders. It is true that health professionals live daily with the difficulties of overcoming the biomedical and hospital-centered model, and the applicability of person-centered medicine. It is also known that the variety of actions programmed at UBSF aimed at mental health is broader when there is a team in the health unit that understands the importance of building a bond with patients, and their inclusion in the community. necessary changes in legislation and new proposals for mental health care (CORREIA; BARROS; COLVERO, 2011).

    It is in this context that the Psychiatric Reform brings the proposal of deinstitutionalization, that is, it deals with the theme of madness as "progressive „return to the community‟ of responsibility in relation to their patients and their conflicts"; in other words, it is looking for "another social place for madness in our culture". It requires that, in fact, there is a shift from psychiatric practices to care practices carried out in the community. However, the reality of exclusion still exists, perhaps more consciously. Therefore, it is necessary to accept the differences so that the community can live with them, and result in inclusion, aspired by the Psychiatric Reform (GONÇALVES; SENA, 2001).

    The municipality of Antônio João is regionalized by three Basic Family Health Units (UBSF) with Oral Health, being matrixed by a NASF-AB type 2, where with the intercurrence of the demand in mental health, there was a need for intervention to meet this public, through the Social Worker The NASF started in the three UBSFs a group focused on mental health, which is a challenge, as mental health is one of the bottlenecks of the SUS.

    In the first phase, an epidemiological survey was carried out in the city, where there was a high rate of patients who use psychotropic drugs, with an CID 10 code. In this phase, a multidisciplinary team from each UBSF was developed. case and active search, listing the demand to be met, in view of this, an intervention project in primary care in mental health was established and structured according to each area of ​​coverage, aiming to achieve a philanthropic model of care, which prioritizes offering a dignified and a new life expectancy for Psychoactive substance dependents, working for a Physical, Emotional and Spiritual Recovery, and offering qualification and reintegration to the Socio-Family member to the client. In this way, with the philanthropic work together with the multidisciplinary and interdisciplinary outpatient work, intending to develop a work in order to prepare all those responsible for the reception and insertion of the patient in the family and society, seeking to bring the patient into social and family life, to that it feels ``human'' and that it is treated in such a way. We know that both the family and society must be prepared to live with such differences, but we also know that the aggressiveness of hospitalizations, in view of this, we always try to prevent, promote and protect.

  • Número de páginas: 8

  • Vanusa Caimar Jaroski
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