Influência do fator afetivo associado à técnica oriental sobre o nível de ansiedade, colaboração e freqüência cardíaca de pacientes durante cirurgias refrativas
INTRODUÇÃO: Procedimentos cirúrgicos oftalmológicos realizados com anestesia tópica, sem sedação, elevam o nível de ansiedade do paciente. Essa ansiedade gera desconforto e prejudica sua colaboração durante o ato operatório. É de grande valor que se busquem formas de apoio eficazes para seu controle. OBJETIVO: Avaliar se dois atos de apoio,como segurar a mão do paciente (apoio afetivo) e aplicação de um toque contínuo de DO-IN, técnica milenar chinesa, em ponto específico do punho, aplicados minutos antes e durante a cirurgia refrativa com anestesia tópica sem sedação, seriam eficazes no controle da ansiedade e na melhora da colaboração durante o ato cirúrgico. MÉTODOS: Neste estudo prospectivo, pareado, randomizado e mascarado para o cirurgião, foram avaliados 45 pacientes que tiveram indicação de cirurgia refrativa a laser para correção de erros refracionais em ato binocular simultâneo. Cada paciente recebeu os apoios durante o procedimento de um dos olhos (olho em estudo), escolhido de forma randomizada, e nenhum apoio no olho contralateral (controle). No pós-operatório imediato o paciente graduou de 1 a 10, em escala analógica graduada, comparando o nível de ansiedade durante o procedimento em cada olho. Foram avaliadas também as frequências cardíacas. O nível de colaboração do paciente em cada olho foi comparativamente graduado pelo cirurgião, de forma mascarada. RESULTADOS: A análise estatística dos resultados foi realizada sobre as variáveis quantitativas, feita através da observação dos valores mínimos e máximos e do cálculo de médias, desvios-padrão e quartis. O momento com apoios apresentou nível de ansiedade significativamente menor (p<0,001). Observou-se também, no momento de apoio uma diferença significativa maior no nível de colaboração (p<0,005). Não houve alteração significativa da frequência cardíaca entre os momentos (p=0,075). DISCUSSÃO: Não há estudos semelhantes na literatura. Pode-se sugerir que os apoios estudados poderiam ser aplicados em quaisquer procedimentos cirúrgicos feitos com anestesia local e sem sedação e se mostraram simples, autoaplicáveis, sem necessidade de equipamentos e sem efeitos colaterais. CONCLUSÃO: o apoio afetivo e o Do-In, são eficazes no controle da ansiedade e na melhora da colaboração intraoperatória em pacientes submetidos a cirurgias refrativas.
Influência do fator afetivo associado à técnica oriental sobre o nível de ansiedade, colaboração e freqüência cardíaca de pacientes durante cirurgias refrativas
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DOI: 10.22533/at.ed.59222240312
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Palavras-chave: cirurgia refrativa, analgesia, conforto, apoio afetivo
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Keywords: refractive surgery, analgesia, comfort, affective support
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Abstract:
INTRODUCTION: Refractive surgical procedures, since they are binocular, under topical anesthesia and without sedation, can generate great anxiety. Paying attention to this detail makes a difference in the comfort and in the intraoperative collaboration of these patients. OBJECTIVE: To reduce anxiety and improve patient collaboration, before and during surgeries, this prospective, paired, randomized and masked study for the surgeon was developed, where two non-invasive and non-medicated forms of support were applied: affective support, holding one of his hands and the continuous touch at a specific point on the wrist, according to Do-In, an ancient Chinese technique. METHODS: 45 patients were evaluated. Each patient received support during the procedure of one eye (eye under study), chosen randomly. In the contralateral eye (control eye), the supports were not applied. The level of anxiety at each surgical moment was assessed by the patient in the immediate postoperative period, in which were given a score from 1 to 10 on a graduated analog scale of his level of anxiety during the procedure in each eye. Mean heart rates were assessed using an oximeter placed during the entire surgical procedure. The level of the patient collaboration was measured by the surgeon, who comparatively quantified, in a masked way, the patient's collaboration during the procedures in each eye. RESULTS: Astatistical analysis of the results was performed on the quantitative variables, made through the observation of minimum and maximum values and calculation of media, standard deviations and quartiles. The moment with support showed a significantly lower level of anxiety (p<0,001). There was also a significantly higher difference in the level of collaboration at the moment of support (p<0,005). There was no significant change in heart rate between the moments (p=0,0750). DISCUSSION: There are no similar studies in the literature. It can be suggested that the supports studied could be applied to any surgical procedures performed with local anesthesia and without sedation, as they proved to be simple, self- administered, without the need of equipment and without side effects. CONCLUSION: the affective support and Do-In are effective adjuvants in controlling anxiety and in intraoperative collaboration and can be applied before or during any procedure.
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Número de páginas: 19
- João Victor Coutinho Calixto
- Orientador: Prof. Dr. Edmundo José Velasco Martinelli
- Thaís Stahl de Novais