Índios Pankará entre a serra e o rio. História memória e alteridade
Os povos indígenas na região do
Submédio São Francisco têm laços “intertribais”
profundos, encontrando na Serra Negra sua raiz
espiritual e no Rio São Francisco e nas outras
serras próximas suas raízes socioculturais.
A rede de relações baseada nas “fugas” e
migrações provocou as origens da emergência
étnica nessa região. O percurso de ajuda
mútua em busca do “caminho de volta” que
leva para o reconhecimento oficial por parte do
Estado Nacional dos que eventualmente tinham
“desaparecidos”, as exigências de “sinais
diacríticos” para mostrar sua “indianidade” e
as estratégias de resistência perante projetos
políticos anti-indígenas, encontram na terra
e no Toré a expressão sociopolítica daquilo
que o trabalho de um pajé procura “levantar”
de um ponto mais profundo: a espiritualidade.
Terra, Toré, identidade e espiritualidade são
as facetas de um único percurso chamado
pelos antropólogos de “etnogênese”, pelo
qual os povos indígenas no Brasil buscam sua
autonomia e seu direito à autodeterminação.
Índios Pankará entre a serra e o rio. História memória e alteridade
-
DOI: 10.22533/at.ed.55919050727
-
Palavras-chave: Índios Pankará; Etnogênese; Memória
-
Keywords: Pankará indigenous people; Ethnogenesis; Memory.
-
Abstract:
The indigenous people of
Submédio São Francisco have their “intertribal”
bounds originated from mountain Serra Negra,
their spiritual roots, and São Francisco River
as well as other mountains nearby this region.
The relationship between migrations and
evading led to their ethnic emergence. The
mutual aid journey pursuing the return path
resulted in the official recognition by the nation
for those who eventually had “vanished”. The
diacritics marks to prove their root as “native
Indians” and the resistance to political projects
anti-native Indians, where found on the land
and Toré the sociopolitical expression of a
shaman’s duty looking for to rise the upmost:
The spirituality. The Earth Toré, Identity and
Spirituality are the aspects of a one-way route
called by anthropologists “ethno genesis”
where the indigenous peoples of Brazil seek
their autonomy and rights and liberation. The
recognition of their distinctiveness requires not
only the solidarity of the society or acceptance
of the laws but also partnerships and favorable
conditions.
-
Número de páginas: 15
- Alberto Reani