IMPACTO ECONÔMICO DA IMPLANTAÇÃO DE MEDIDAS DE BEM ESTAR NA PRODUÇÃO ANIMAL
O delineamento da maior parte dos sistemas de produção animal foi definido a partir da necessidade de produzir maiores quantidades de alimentos a baixo custo. Esta intensificação atualmente gera questionamentos sobre práticas de manejo que prejudicam o bem estar animal. No entanto, em situações de alta intensificação, a adoção de medidas para melhorar o bem estar animal implica em perda de produtividade e aumento do custo de produção. Não é economicamente sustentável para o segmento primário arcar sozinho com tais custos, portanto para tais medidas serem efetivamente adotadas em escala é necessário que os consumidores paguem preços mais elevados pelos produtos diferenciados em bem estar. Em experiências internacionais, este tema tem sido abordado tanto na esfera legal, proibindo práticas deletérias ao bem estar, de forma a uniformizar o custo mais elevado para todas as criações, e/ou na esfera da bonificação dos preços no varejo e subsídios governamentais para produtores que adotarem níveis de bem estar animal diferenciados. Apesar da sinalização dos mercados, inclusive brasileiros, da disposição do consumidor a consumir tais alimentos, o preço ainda é um entrave para que esta intenção se concretize. É comum nesta situação que a dualidade entre consumidor e cidadão se manifeste, e que as intenções éticas não se traduzam efetivamente em comportamento de consumo. Desta forma, no Brasil o consumidor tem manifestado de forma parcial seu poder transformador em relação às práticas de produção animal. A melhoria do bem estar, a economia e a legislação ainda são aspectos antagônicos em muitas situações.
IMPACTO ECONÔMICO DA IMPLANTAÇÃO DE MEDIDAS DE BEM ESTAR NA PRODUÇÃO ANIMAL
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DOI: 10.22533/at.ed.5221901108
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Palavras-chave: avicultura, cage free, consumidor, gestação coletiva, intensificação, suinocultura.
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Keywords: Cage free, consumer, poultry, sow housing, intensification, pork.
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Abstract:
The current configuration of most animal production systems was based on necessity to produce as much food as possible at low cost, to be offered at low prices to consumers. This situation has led to the systems intensification, which currently generates questions about practices that reduce livestock welfare. However, in situations of high intensification, the adoption of measures to improve welfare implies loss of productivity and increase costs. It is not economically sustainable for the primary activity segment to bear these costs, so for such measures to be effectively it is necessary for consumers to pay higher prices for products with differentiations regarding animal welfare. In international experiences, this issue has been addressed both in the legal sphere, making it obligatory for all producers to adopt measures to increase welfare, in order to standardize the highest cost for all creations, and/or in the sphere of price bonuses in retail and government subsidies for producers who adopt higher animal welfare standards than those required by law. Despite the signaling of markets, including Brazilian markets, of the consumer’s willingness to pay and consume such foods, the price still a barrier to this realization. It is common in this situation that the duality between consumer and citizen manifests itself, and that ethical intentions do not effectively translate into consumer behavior. Thus, Brazilian consumers have manifested only in a partial way their great transforming power in relation to animal production practices. Welfare of livestock, economics and legislation are still antagonistic aspects in many situations.
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Número de páginas: 15
- Beatriz Queiróz dos Reis
- Camila Raineri