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Impacto do Distanciamento Social Durante a Pandemia da Covid-19

INTRODUÇÃO

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19 surgiu na cidade de Wuhan, província de Hubei (China) em dezembro de 2019, espalhando-se rapidamente pelo mundo e chegando ao Brasil no primeiro trimestre de 2020. A transmissão do vírus SARS-CoV-2 ocorre, predominantemente, por meio de gotículas contaminadas de secreções da orofaringe de uma pessoa infectada para outra livre da infecção (VAN DOREMALEN N, et al., 2020). 

O distanciamento social é uma das ferramentas mais antigas e eficazes para controlar surtos de doenças transmissíveis. Dessa forma, para reduzir a disseminação do vírus e limitar a pressão sobre o sistema de saúde, o Brasil adotou medidas progressivas de distanciamento social, como o fechamento de escolas e universidades, proibição de eventos de massa e de aglomerações, além do fechamento de todos os locais de entretenimento. Embora necessária, a medida foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como sendo passível de resultar em graves impactos psicossociais (OMS, 202...).

OBJETIVOS

Analisar as repercussões do distanciamento social adotado no Brasil durante a pandemia do coronavírus, avaliando seus impactos na vida da população em geral, no que tange a saúde mental e a qualidade de vida.

MÉTODOS

Foi realizada uma revisão narrativa da literatura científica, a partir de artigos indexados na base de dados da BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), do SciELO (Scientific Eletronic Library Online), do MEDLINE/PubMed® (National Institutes of Health) e do Google acadêmico (Google Scholar). A busca restringiu-se à artigos publicados durante o ano de 2020, nos idiomas português, inglês e espanhol, resultando num total de 20 estudos. Após a leitura dos títulos e dos resumos completos, foram selecionados seis artigos que apresentaram maior correlação com o tema proposto. Utilizou-se operadores booleanos (“AND”, “OR”) para os seguintes descritores na língua inglesa: “Social distancing”; “COVID-19”; “Mental health”.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Em que pese, a ausência de um tratamento eficaz ou de vacinas disponíveis na atual pandemia, o distanciamento social ainda representa uma das medidas mais antigas e eficazes de evitarmos a infecção. A medida provoca no entanto, alterações bruscas na rotina do indivíduo, com reflexos em seu aspecto mental e emocional. O excesso de informações em relação à gravidade da doença também se encontra associado ao aumento do estresse e ansiedade. Acrescenta-se ainda, o medo de morrer, perda da fonte de renda, tendo por reflexos físicos alterações do sono, do apetite e dificuldade na concentração das tarefas diárias. Pensamentos intrusivos e sentimentos de desesperança, tédio e solidão, além da sensação de raiva, frustração ou irritabilidade pela perda de autonomia e liberdade pessoal e medo de ser socialmente estigmatizado por contrair a doença, agravam o quadro. Desse modo, as repercussões psicossociais muito provavelmente se traduzirão num futuro próximo em agravamento ou surgimento de transtornos psiquiátricos, tais como quadros depressivos e transtornos de ansiedade, exigindo um maior efetivo de profissionais especializados no atendimento a estes pacientes. 

DISCUSSÃO

Nesse sentido, a OMS fez recomendações enfatizando os cuidados em saúde mental. No entanto, a viabilidade dessas orientações no contexto nacional, requer conhecimento das particularidades da população brasileira. 

Um estudo espanhol observou que mulheres, pessoas mais jovens, com diagnóstico prévio e indivíduos que desenvolveram sintomas ou tiveram parente próximo infectado, apresentaram maior impacto psicológico, enquanto o bem-estar espiritual e a solidão emergiram como os preditores mais relevantes para a sintomatologia. 

Em relação aos critérios adotados pelo Ministério da Saúde brasileiro, as atuais medidas de flexibilização do distanciamento social se basearam predominantemente na capacidade dos serviços de saúde, desconsiderando indicadores de vigilância e monitoramento da pandemia, como, por exemplo, o número de casos suspeitos e confirmados, hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave, mortalidade, número de reprodução e o tempo de duplicação. Ademais, não consideraram que a evolução da pandemia se encontra em momentos distintos nas diversas regiões geográficas do país.

 


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com objetivo de reduzir o impacto psicossocial do distanciamento, recomenda-se reduzir o contato com o excesso de notícias que possam gerar ansiedade ou estresse, e estar atento aos sentimentos e demandas internas. É importante a prática de atividades saudáveis, lazer, sono regular, dieta equilibrada e exercícios físicos. Manter uma rede de apoio com amigos e familiares por meios digitais, passou a ser de vital importância para manutenção da saúde mental. Quanto aos pacientes que já apresentam transtornos psiquiátricos, é fundamental que estes sejam acompanhados por médico especialista.

 


REFERÊNCIAS

1. VAN DOREMALEN N, et al. Aerosol and Surface Stability of SARS-CoV-2 as Compared with SARS-CoV-1. N Engl J Med, 2020; 382(16):1564-1567.

2. OMS…..

2. WANG C, et al. Immediate psychological responses, and associated factors during the initial stage of the 2019 coronavirus disease (COVID-19) epidemic among the general population in china. International Journal of Environmental Research and Public Health, 2020; 17(5): 1729.

3. CHEN Q, et al. Mental health care for medical staff in China during the COVID-19 outbreak. The Lancet, 2020; 7(4): 15-16.

4. SCHMIDT B, et al. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia (Campinas), 2020; 37: e200063.

5. ORNELL F, et al. “Pandemic fear” and COVID-19: mental health burden and strategies. Brazilian Journal of Psychiatry, 2020; 42(3): 232-235. 

6. GONZÁLEZ-SANGUINO C, et al. Mental health consequences during the initial stage of the 2020 Coronavirus pandemic (COVID-19) in Spain. Brain Behav Immun, 2020; 87: 172-176. 

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Impacto do Distanciamento Social Durante a Pandemia da Covid-19

  • DOI: 10.22533/at.ed.5352104082

  • Palavras-chave: Distanciamento social, COVID-19, Saúde Mental.

  • Keywords: .

  • Abstract:

    .

  • Número de páginas: 1

  • Marcel Vasconcellos
  • Bárbara Ferreira Martins
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