O presente artigo propõe, brevemente, uma problematização em torno da representação do cotidiano por Miran, e como uma provável realidade espaço-temporal poderia se expressar graficamente na imagem. Pensamos nessa realidade como parte de um contexto social próximo à produção e como este poderia ser identificado através de uma narrativa visual. A articulação se dá a partir de dois cartuns de Oswaldo Miranda (Miran) publicados na página Jornal de Humor entre 1976 e 1977, encartada no jornal Diário do Paraná. Logo, determinados aspectos da conjuntura da época na cidade tratada aqui poderiam ser identificados, ainda que indiretamente, como o êxodo rural e a busca por uma tentativa de afirmação identitária que marcariam, de certa forma, a década de 1970, em Curitiba. Esse período seria conhecido, ainda, por transformações urbanísticas ocorridas na cidade, a partir do projeto de modernização da estrutura física citadina, praticado pelo governo estadual e municipal daquela época. Desse modo a tomamos em um aspecto que se aproxima do que Freitas (2004) define como o aspecto formal, semântico e, também, social das imagens artísticas.