As micobactérias não tuberculosas

(MNT) são patógenos comuns no ambiente e o

diagnóstico de infecção é realizado através do

isolamento em cultura, preenchendo os critérios

estabelecidos pela American Thoracic Society/

Infectious Disease Society of America (ATS/

IDSA). Estudos demonstram o aumento do

número de infecções por MNT mundialmente,

entretanto, em áreas endêmicas de tuberculose,

o impacto da doença é desconhecido.

Analisamos culturas de micobacterias realizadas

em 2014 e 2015 em um hospital em Porto

Alegre/RS, seguido de revisão de prontuário.

A idade média era de 45,6 anos, acometendo

principalmente homens, brancos, com doença

pulmonar e com baciloscopia negativa. Dentre

as espécies de MNT encontradas, temos M.

intracellulare, MAC, M. kansasii, M. abscessus,

M. chelonae, M. colombiense, M. lentiflavum e

MNT pertencente ao grupo IV. Nos coinfectados

com HIV, a maioria apresentava contagem de

linfócitos T-CD4+ < 50 céls/mm³, afetando

48% dos pacientes com MNT. A análise dos

dados determinou uma prevalência de 10,3%

de casos de infecção por MNT entre todos os

diagnósticos de micobacterioses da nossa

instituição. A baciloscopia mostrou-se negativa

na maioria dos casos, acometendo 77,6% dos

pacientes infectados por MNT. Conclusão: O

Hospital Nossa Senhora da Conceição tem

importante papel no diagnóstico das infecções

por micobactérias, mantendo inalterada a

epidemiologia da doença, de acordo com

estudo anterior: homens, brancos, na faixa

etária entre 40-50 anos. O Mycobacterium

tuberculosis mantém-se como agente etiológico

mais comum, fazendo com que o diagnóstico

das infecções por MNT permaneça como um

desafio diagnóstico.