HOSPITALIZAÇÕES POR TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS EM MUNICÍPIOS FRONTEIRIÇOS (2008 – 2018)
O modelo hospitalocêntrico de assistência à saúde mental sofreu severas críticas devido a práticas de intervenção institucionalizadas, baseadas na vigilância, controle e exclusão de seus usuários do convívio familiar e social. A Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira busca garantir ao usuário de saúde mental proteção, inserção social e participação nas decisões do seu tratamento e, como consequência, diminuir as hospitalizações de longa permanência. Este estudo analisou a variação das taxas de internação psiquiátrica e o tempo médio de permanência, no sistema público de saúde, em municípios fronteiriços paranaenses de 2008 a 2018. Trata-se de estudo descritivo quantitativo, com dados coletados no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), perfazendo uma série histórica de 2008 a 2018, referentes a internações hospitalares por transtornos mentais e comportamentais, segundo local de residência, em municípios de fronteira do Paraná. Os resultados demonstram que em 2018 Foz do Iguaçu apresentou uma queda nas taxas em relação ao ano de 2011, Marechal Cândido Rondon teve a segunda maior taxa com 154,64 internações/100.000 habitantes, e a cidade de Pranchita apresentou a menor taxa com 57,42, representando, contudo, um aumento em relação a 2017. Em contrapartida, a média de permanência das internações de Foz do Iguaçu apresentou o menor índice com 5,7 dias, tendo Guaíra a maior média com 41,9 dias. Foz do Iguaçu lidera o número de internamentos com 6.325 em 2018, e Pranchita apresenta o menor número de internamentos com 30. Observou-se aumento nas taxas de internamento na maior parte dos munícipios no ano de 2018, o que pode refletir a necessidade de investimentos na rede de atenção psicossocial, na busca da superação do modelo asilar e para o avanço nas práticas de saúde mental.
HOSPITALIZAÇÕES POR TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS EM MUNICÍPIOS FRONTEIRIÇOS (2008 – 2018)
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DOI: 10.22533/at.ed.10120210823
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Palavras-chave: Enfermagem; Saúde Mental; Institucionalização; Hospitalização.
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Keywords: Nursing; Mental Health; Institutionalization; Hospitalization.
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Abstract:
The hospital-centered model of mental health care has suffered severe criticism due to institutionalized intervention practices, based on surveillance, control and exclusion of its users from family and social life. The ‘Brazilian Psychiatric Reform Law’ seeks to guarantee mental health users protection, social insertion and participation in their treatment decisions and, as a consequence, to reduce long-term hospitalizations. This study analyzed the variation in psychiatric hospitalization rates and the average length of stay in the public health system in border municipalities in Paraná from 2008 to 2018. This is a descriptive quantitative study, with data collected at the SUS Department of Informatics (DATASUS), making up a historical series from 2008 to 2018, referring to hospital admissions for mental and behavioral disorders, according to place of residence, in municipalities bordering the Paraná. The results show that in 2018 Foz do Iguaçu presented a drop rates in relation to 2011, Marechal Cândido Rondon had the second highest rate with 154.64 hospitalizations / 100,000 inhabitants, and the city of Pranchita had the lowest rate with 57, 42, representing, however, an increase in relation to 2017. In contrast, the average length of stay for hospitalizations in Foz do Iguaçu had the lowest rate at 5.7 days, with Guaíra the highest average at 41.9 days. Foz do Iguaçu leads the number of hospitalizations with 6,325 in 2018, and Pranchita has the lowest number of hospitalizations with 30. There was an increase in hospitalization rates in most municipalities in 2018, which may reflect the need for investments in the psychosocial care network, in the search to overcome the asylum model and to advance mental health practices.
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Número de páginas: 16
- Ana Caroline Carvalho
- Carla da Rocha
- Manoela de Carvalho
- Luana Lunardi Alban