O parto é um processo natural que

envolve fatores biopsicossociais e constitui para

a mulher uma experiência de impacto emocional

que repercutirá em toda a sua vida e do bebê

e da família que a cerca, portanto a casa como

lugar de nascimento é uma escolha pessoal

que envolve sentimentos, crenças, autonomia e

mudança de comportamento quanto à maneira

de parir que vem sendo resignificada no

cenário urbano contemporâneo. Seguindo essa

perspectiva, este estudo objetivou-se analisar

as práticas obstétricas no parto domiciliar

planejado (PDP) sob a perspectiva de mulheres

que o vivenciaram. Para isso realizamos um

estudo descritivo, qualitativo, fazendo uso

do método da história oral temática de dez

mulheres que vivenciaram o PDP na grande

João Pessoa. Ao coletar a história oral destas

mulheres, foram construídos doze relatos de

parto. Nas histórias as mulheres enunciaram

ter autonomia em seus partos e a experiência

do PDP como empoderadora e positiva relatam

o apoio e assistência recebida essencial, assim

como possibilitou compartilhar o momento com

o companheiro e familiares em seu ambiente

intimo e afetivo. Por outro lado, suas histórias

apontam a árdua busca por profissionais

atuantes no cenário da obstetrícia domiciliar em

João Pessoa, levando-as peregrinar em busca

de uma equipe de apoio profissional. Portanto

o estudo possibilitou conhecer as razões pela

escolha do parir em domicílio, suas fragilidades

e potencialidades e a realidade deste cenário na

região, considerando o estudo relevante para

atendê-las em seu direito sexual e reprodutivo

na assistência ao PDP preconizado pela

Organização Mundial de Saúde e Ministério da

Saúde.