Pensar o acesso e permanência no Ensino Superior é um desafio tanto para quem entra, enquanto estudante ingressante em uma Instituição de Ensino Superior, como para quem pensa a Política Pública de acesso ao ensino superior de pessoas que se encontram excluídas dos muros das universidades/faculdades. Um outro debate que repercute na literatura sobre essa temática consiste no fato de que parcelas da sociedade historicamente marginalizados são também os que mais vivenciam a precariedade educacional, sobretudo, em razão de uma gestão classista e racista destinada aos recursos que permeiam esse sistema. O presente estudo pretende descrever o percurso teórico-metodológico do PROUNI destacando aspectos envolvendo sua contribuição para o processo de decolonização, ou seja, até que ponto a Política Pública PROUNI contribui para romper com o ideal de mérito como única forma de acesso ao ensino superior, promovendo ações afirmativas de acesso à Instituições de Ensino Superior, a partir de bolsas a jovens com renda de até 1,5 sm per capita. Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa realizada via levantamento bibliográfico, documental e com uso de dados colhidos do Ministério da Educação (MEC) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), sobre a temática, orientada pela abordagem epistemológica decolonial. Constatou-se a importância do Programa Universidade para Todos no contexto histórico, analisando número, modalidade de bolsas (parcial ou integral), turno dos cursos e a distribuição por Região, desde sua criação, em 2005 até 2020, apresentando um viés de decolonialidade, uma vez que ele contribui de forma significativa para o aumento do acesso de estudantes ao ensino superior, contribuindo para o projeto de construção de cidadanias decoloniais que privilegiam, dentre outros aspectos, a ruptura com as lógicas de poder e subalternização. Conclui-se que a política afirmativa, em questão, é imprescindível para a promoção do direito à educação no Brasil. O Programa Universidade para Todos, no contexto pesquisado, pode ser considerado um bom programa de inserção ao ensino superior de jovens oriundos das classes populares.