Artigo - Atena Editora

Artigo

Baixe agora

Livros
capa do ebook HEPATITES VIRAIS EM INDÍGENAS: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA

HEPATITES VIRAIS EM INDÍGENAS: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA

As hepatites virais são consideradas

um grave problema de Saúde Pública devido a

sua alta incidência e prevalência no Brasil. O

vírus desse agravo, que pode ser classificado

em diversas etiologias, possui tropismo pelo

fígado causando sua inflamação e até mesmo

a falência. Em meados de 1999 foi fundado

o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena,

no âmbito do Sistema Único de Saúde.

Apesar disso, a cobertura sanitária dessa

população mantém-se precária, havendo ainda

repercussões maléficas em suas condições de

vida mediante o contato com os brancos e a

privação de investigação de casos infecciosos,

o que contribui para o aumento de inúmeras

morbidades. Existe ainda a falta de acesso

aos serviços de saúde, em consequência dos

aspectos geográficos, socioeconômicos e

étnico-culturais fortalecendo ainda mais esse

cenário. Diante disso, objetivou-se descrever

o perfil clínico e epidemiológico dos casos

notificados de hepatites virais na população

indígena. Trata-se de um estudo epidemiológico,

transversal, descritivo, retrospectivo. A

população do estudo foi composta por todos

os casos notificados de hepatites virais na

população indígena no ano de 2015. Os dados

foram extraídos do Departamento de Informática

do Sistema Única de Saúde (DATASUS). As

variáveis selecionadas para o estudo foram:

etiologia, fonte de infecção, forma clínica, região

de notificação, classificação final. A análise dos

dados foi realizada por meio de frequência

absoluta e relativa. No Brasil, foram notificados

260 casos de hepatites virais em índios no ano

de 2015. A região Norte foi destaque no número

de notificações (72%). As confirmações dos

casos suspeitos foram predominantemente

realizadas por meio de exames laboratoriais

(93%). A forma clínica mais prevalente foi a

hepatite crônica (74%), tendo como etiologia

de domínio a hepatite B (64%), seguindo de

hepatite A (16%). Dentre as principais fontes de infecção, verificou-se que a maioria foi

por via sexual (28%) e a transmissão por meio de alimento/água contaminados (17%)

também merecem atenção. Mesmo após a instituição da vacinação contra a hepatite B

na população indígena, em 1995, tem-se ainda um destaque extremamente significante

quanto a infecção por esse tipo de vírus. Diante disso, torna-se fundamental fortalecer

ações de identificação, manejo e precaução da infecção pelo vírus da hepatite B nessa

população. As principais fontes de infecção identificadas em outras pesquisas foram

a transmissão vertical e a via sexual, sendo o último equivalente ao encontrado em

pesquisa atual. Conclui-se que são necessárias medidas profiláticas regulares para

controle das hepatites, incluindo vacinação e educação para redução morbimortalidade

na população indígena.

Ler mais

HEPATITES VIRAIS EM INDÍGENAS: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA

  • DOI: 10.22533/at.ed. 74419021017

  • Palavras-chave: Hepatite; Incidência; População Indígena.

  • Keywords: Hepatitis; Incidence; Indigenous Population

  • Abstract:

    Viral hepatitis is considered a serious public health problem due to its

    high incidence and prevalence in Brazil. The virus of this aggravation, which can be

    classified in diverse etiologies, has favouritism by the liver cells causing its inflammation

    and its failure. In the middle of 1999 the Subsystem of Attention to the Indigenous Health

    was founded, within the scope of the Unified Health System (SUS). Nevertheless,

    the health coverage of this population remains precarious, and there are still harmful

    repercussions on their living conditions through contact with foreign people and lack of

    investigation of infection diseases cases, which contributes to the increase of numerous

    morbidities. There is also a compromised access to health services, as a result of

    geographical, socioeconomic and ethnic-cultural aspects, further strengthening this

    scenario. The objective of this study was to describe the clinical and epidemiological

    profile of the reported cases of viral hepatitis in the indigenous population. This is

    an epidemiological, transversal, descriptive, retrospective study. The study population

    was composed of all reported cases of viral hepatitis in the indigenous population in the

    year 2015. The data were extracted from the Department of Informatics of the Unified

    Health System (DATASUS). The variables selected for the study were: etiology, source

    of infection, clinical form, notification region, final classification. Data analysis was

    performed using absolute and relative frequency. In Brazil, 260 cases of viral hepatitis

    were reported in Indians in the year 2015. The northern region was highlighted in the

    number of notifications (72%). Confirmations of suspected cases were predominantly

    performed through laboratory tests (93%). The most prevalent clinical form was chronic

    hepatitis (74%), with hepatitis B as the etiology of the disease (64%), followed by

    hepatitis A (16%). Among the main sources of infection, it was found that the majority

    were via sexual intercourse (28%) and transmission through contaminated food / water

    (17%) also deserves attention. Even after the establishment hepatitis B vaccine in the

    indigenous population, in 1995, there is still an extremely significant highlight regarding

    the infection by this type of virus. Therefore, it is fundamental to strengthen diagnosis

    methods, management and precaution of the hepatitis B virus infection in this population.

    The main sources of infection identified in other studies were vertical transmission

    and sexual transmission, the latter being equivalent to what was found in this current

    research. It is concluded that regular prophylactic measures are necessary to control

    hepatitis, including vaccination and education to reduce morbidity and mortality in the

    Indians population.

  • Número de páginas: 15

  • Jessica Karen de Oliveira Maia
  • Priscila Nunes Costa Travassos
  • Monalisa Rodrigues da Cruz
  • Romênia Kelly Soares de Lima
  • Ingrid da Silva Mendonça
  • Renata Laís da Silva Nascimento Maia
  • Miguel Eusébio Pereira Coutinho Júnior
  • Cleoneide Paulo de Oliveira Pinheiro
  • Antonio Jose Lima de Araujo Junior
Fale conosco Whatsapp