GERENCIALISMO: A RESPOSTA NEOLIBERAL PARA A GESTÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS
No Brasil, desde a década de 1990,
as políticas sociais e seus mecanismo de gestão
que deveriam ser democrático-participativos
vêm enfrentando uma expressão específica do
projeto burguês sobre as políticas e serviços
voltados à reprodução social da parcela da
população que vive da venda da sua força
de trabalho: a transferência da racionalidade
gerencial das empresas privadas capitalistas
para a gestão das políticas e serviços de bemestar social, o chamado gerencialismo. Longe
de ser uma questão apenas da realidade
brasileira, o surgimento e hegemonia da:
gestão por resultados, gestão pós-burocrática,
gestão gerencialista, etc. remete ao conjunto de
respostas ideológicas, políticas, econômicas,
institucionais e culturais que o capitalismo
globalizado e suas elites criaram a partir de
1973 para responder a sua crise estrutural,
realizando o desmonte do poder que as
classes e grupos subalternos conquistaram na
formulação e gestão das políticas sociais nas
democracias ocidentais desde o pós Segunda
Guerra Mundial .Diante disso, o presente
artigo analisa criticamente a formulação do
gerencialismo ou nova gestão pública. O
trabalho tem natureza qualitativa e realizou, por
meio de revisão narrativa, um estudo históricocrítico sobre a origem do gerencialismo e
sua relação indissociável com as ideologias,
teorias e concepções do projeto neoliberal de
restauração de poder de classe capitalista frente
a sua segunda crise estrutural do século XX.
O estudo evidencia como a adoção da gestão
por resultados e o fetiche pelo produtivismo/
tecnicismo na gestão das políticas e serviços
sociais faz parte uma ofensiva de redução e
descaracterização das políticas de bem-estar
social, servido à acumulação capitalista por
meio da espoliação de direitos.
GERENCIALISMO: A RESPOSTA NEOLIBERAL PARA A GESTÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS
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DOI: 10.22533/at.ed.2451925069
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Palavras-chave: Gerencialismo, Neoliberalismo, Política social.
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Keywords: Managerialism, Neoliberalism, Social Policy
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Abstract:
In Brazil, since the 1990s, social
policies and their management mechanisms,
which should be democratic and participatory,
are facing a specific expression of the bourgeois
project on policies and services aimed at the
social reproduction of the population that lives
from the sale of their labour force: the transference
of managerial rationality from private capitalist
organizations to the management of social welfare policies and services, the so-called managerialism. Far from being a question
only of the Brazilian reality, the emergence and hegemony of the management by
results, post-bureaucratic management, managerial management, and so on. refers
to the set of ideological, political, economic, institutional and cultural responses that
globalized capitalism and its elites created after 1973 to respond to their structural
crisis, by dismantling the power that the subaltern classes and groups conquered in
the formulation and management of social policies in Western democracies since the
post-World War II. Thus, this article critically analyzes the formulation of managerialism
or new public management. The work has a qualitative approach and was carried out,
through a narrative review, a historical-critical study on the origin of managerialism and
its inseparable realtion from the ideologies, theories and conceptions of the neoliberal
project of restoration of capitalist class power in the face of its second crisis structure of
the twentieth century. The study shows how the adoption of results-based management
and the fetish by productivism / technicism in the management of social policies and
services is part of an offensive to reduce and de-characterize social welfare policies,
served by capitalist accumulation through the spoliation of rights
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Número de páginas: 15
- Maria Izabel Rego Cabral
- Evandro Alves Barbosa Filho