GASTROENTERITE EOSINOFÍLICA: ABORDAGEM DESDE A DEFINIÇÃO AO TRATAMENTO
A gastroenterite eosinofílica (EGE) é um distúrbio digestivo raro, caracterizada por eosinofília periférica e infiltração eosinofílica do trato gastrointestinal em suas diferentes camadas, afetando principalmente o estômago e intestino delgado. Sua prevalência varia de 1-30 casos / 100.000 pessoas nos EUA, mas sua incidência vem aumentando, devido melhor reconhecimento de suas características. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas principalmente na terceira e quinta década, com leve predominância no sexo masculino. O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica da literatura sobre EGE, mostrando sua importância como uma doença que requer amplo conhecimento do médico especialista, pois apresenta sinais e sintomas inespecíficos, semelhantes a outros distúrbios gastrointestinais. Foi realizado mediante busca na base de dados PubMed, utilizando como critérios artigos publicados em língua inglesa, nos últimos cinco anos. Afeta pacientes atópicos ou com histórico familiar de alergias, principalmente alimentares, estando a resposta de hipersensibilidade relacionada a patogênese. Suas manifestações clínicas são de acordo com a localização da infiltração eosinofílica, mas geralmente se apresentam como: diarreia, cólica, náuseas, vômitos, sangramento gastrointestinal, perda ponderal e obstrução intestinal. O diagnóstico se baseia em três critérios: presença de sintomas abdominais crônicos ou recorrentes, originários do trato gastrointestinal; aumento da infiltração de eosinófilos, documentada por meio da endoscopia e biópsia; exclusão de outras causas de eosinofília tecidual. Várias opções terapêuticas foram sugeridas, sendo as mais utilizadas: dieta 6-FED, que consiste na eliminação empírica dos seis antígenos alimentares mais comuns ou 7-FED; o uso de esteroides, principalmente prednisolona e, em caso de tratamentos a longo prazo, budesonida. Portanto, trata-se de uma doença rara, geralmente sub diagnosticada. Mais estudos são necessários para comparar os perfis de eficácia e segurança dos atuais tratamentos disponíveis, bem como selecionar preditores de recaídas, que orientarão a tomada de decisões na fase inicial do tratamento e da terapia de manutenção.
GASTROENTERITE EOSINOFÍLICA: ABORDAGEM DESDE A DEFINIÇÃO AO TRATAMENTO
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DOI: 10.22533/at.ed.0712021088
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Palavras-chave: Gastroenterite Eosinofílica. Atopia. Doença Gastrointestinal.
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Keywords: Eosinophilic gastroenteritis. Atopy. Gastrointestinal disease.
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Abstract:
Eosinophilic gastroenteritis (EGE) is a rare digestive disorder, characterized by peripheral eosinophilia and eosinophilic infiltration of the gastrointestinal tract in its different layers, mainly affecting the stomach and small intestine. Its prevalence ranges from 1-30 cases / 100,000 people in the USA, but its incidence is increasing, due to better recognition of its characteristics. It can occur in any age group, but mainly in the third and fifth decade, with a slight predominance in males. The present study aimed to carry out a bibliographic review of the literature on GSE, showing its importance as a disease that requires extensive knowledge from the specialist physician, as it presents nonspecific signs and symptoms, similar to other gastrointestinal disorders. It was carried out by searching the PubMed database, using as criteria articles published in English in the last five years. It affects atopic patients or those with a family history of allergies, mainly food, and the hypersensitivity response is related to pathogenesis. Its clinical manifestations are according to the location of the eosinophilic infiltration, but generally present as: diarrhea, colic, nausea, vomiting, gastrointestinal bleeding, weight loss and intestinal obstruction. The diagnosis is based on three criteria: presence of chronic or recurrent abdominal symptoms, originating in the gastrointestinal tract; increased eosinophil infiltration, documented through endoscopy and biopsy; exclusion of other causes of tissue eosinophilia. Several therapeutic options have been suggested, the most used being: 6-EDF diet, which consists of the empirical elimination of the six most common food antigens or 7-EDF; the use of steroids, mainly prednisolone and, in the case of long-term treatments, budesonide. Therefore, it is a rare disease, usually under diagnosed. Further studies are needed to compare the efficacy and safety profiles of the current treatments available, as well as to select predictors of relapses, which will guide decision-making in the initial treatment and maintenance therapy phases.
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Número de páginas: 16
- Vitor Sismeiro Lopes
- Ana Lucia Trevisan Pontello
- Marcos Alberto Pagani Junior
- Janaína Andressa Oliveira Rodrigues
