FUTEBOL E RESISTÊNCIA: O PAPEL DOS COLETIVOS DE TORCEDORES NA RESSIGNIFICAÇÃO DOS MODOS DE TORCER (2013-2018)
Este artigo teve por finalidade expor o surgimento de novos sujeitos torcedores presentes nas arquibancadas e, sobretudo, nas redes sociais. Justificou-se a escolha deste tema, considerando um cenário em que o futebol é, cada vez mais, visto como palco privilegiado para manifestações de discursos socialmente construídos e historicamente mantidos que são responsáveis pela construção de subjetividades dos sujeitos sociais. Ademais, o futebol vem sendo transformado em um espetáculo midiatizado alinhado a políticas neoliberais que buscam aprofundar o discurso deste esporte como apolítico. Esses novos torcedores, denominados aqui como “coletivos torcedores”, são responsáveis por uma série de manifestações contrárias à discursos preconceituosos presentes no cotidiano deste esporte como homofobia, racismo, machismo e também contra a elitização do esporte. Além disso, são responsáveis pela inauguração de um novo modo de torcer via fanpage em redes sociais, sobretudo no Facebook. Para ilustrar a teoria, vamos expor o Coletivo Democracia Corinthiana, coletivo de torcedores do time do Sport Club Corinthians Paulista. Por meio de entrevista com um membro do grupo, foi possível notar que se enquadra nas novas formas de organização da sociedade civil, ou seja, com forte atuação na internet e com uma forma horizontal de organização, mesmo que tenham ressalvas nessas estruturas. Ademais, se mostra como espaço de sociabilidade de minorias sociais que não são bem-vindas nas arquibancadas, pois constroem discursos contrários aos encontrados na estrutura do futebol. Por fim, é um grupo que busca politizar espaços que são construídos como neutros.
FUTEBOL E RESISTÊNCIA: O PAPEL DOS COLETIVOS DE TORCEDORES NA RESSIGNIFICAÇÃO DOS MODOS DE TORCER (2013-2018)
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DOI: 10.22533/at.ed.3892126088
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Palavras-chave: coletivos; Facebook; futebol; LGBTfobia; Corinthians.
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Keywords: collective; Facebook; football; Lgbtphobia; Corinthians.
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Abstract:
This article aimed to expose the emergence of new fans present in the stands and, especially, in social networks. The choice of this theme was justified, considering a scenario in which football is increasingly seen as a privileged stage for manifestations of discourses socially constructed and historically maintained that are responsible for the construction of subjectivities of social subjects. In addition, football has been transformed into a media show aligned with neoliberal policies that seek to deepen the discourse of this sport as apolitical. These new fans, called here as "collective fans", are responsible for a series of demonstrations contrary to the prejudiced discourses present in the everyday of this sport as homophobia, racism, machismo and also against the elitization of sport. In addition, they are responsible for the inauguration of a new way to cheer via fanpage on social networks, especially on Facebook. To illustrate the theory, we will expose the Collective Corinthian Democracy, collective of fans of the team of Sport Club Corinthians Paulista. Through an interview with a member of the group, it was possible to notice that it fits into the new forms of civil society organization, that is, with strong performance on the Internet and with a horizontal form of organization, even if they have reservations in these structures. In addition, it is shown as a space of sociability of social minorities who are not welcome in the stands, because they build discourses contrary to those found in the structure of football. Finally, is a group that seeks to politicize spaces that are built as neutral.
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Número de páginas: 16
- Guilherme Pontes Silveira