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Fuga Dissociativa e Amnésia Dissociativa: Correlações Psiquiátricas e Impacto na Qualidade de Vida

INTRODUÇÃO A fuga dissociativa e a amnésia dissociativa são condições psiquiátricas complexas, caracterizadas pela interrupção da identidade pessoal e da memória autobiográfica, frequentemente desencadeadas por eventos traumáticos. A prevalência dessas condições, embora relativamente baixa na população geral, é consideravelmente maior entre indivíduos com histórico de trauma significativo. Historicamente, o entendimento desses transtornos evoluiu substancialmente desde os estudos iniciais de Pierre Janet e Sigmund Freud. Fatores biológicos, psicológicos e sociais contribuem para a etiologia dos transtornos dissociativos, enquanto mecanismos neurobiológicos específicos, como a desregulação do eixo HPA, têm sido implicados em sua patogênese. Teorias psicológicas e a importância do diagnóstico diferencial, dada a sobreposição com outras condições psiquiátricas, são cruciais para a compreensão e o manejo clínico adequado. OBJETIVOS Analisar as características clínicas, mecanismos neurobiológicos, comorbidades psiquiátricas e impacto na qualidade de vida de pacientes com fuga dissociativa e amnésia dissociativa, bem como discutir as abordagens terapêuticas disponíveis. MÉTODOS​ Trata-se de uma revisão narrativa. Foi utilizado os bancos de dados PubMed, sciELO e Medline e os seguintes  descritores: “Dissociative Disorders” AND “Dissociative Fugue” AND “Dissociative Amnesia” AND “Psychiatric Comorbidities” AND “Quality of Life” nos últimos anos. RESULTADOS E DISCUSSÃO A revisão da literatura indica que a prevalência de transtornos dissociativos é maior em populações expostas a traumas repetidos, com fatores de risco significativos incluindo abuso na infância e eventos estressores graves. A eficácia de diferentes abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental e intervenções farmacológicas, foi avaliada, mostrando resultados promissores na redução dos sintomas. Estudos neurobiológicos revelam alterações na conectividade cerebral em áreas associadas à memória e identidade. A dissociação está frequentemente correlacionada com transtornos de estresse pós-traumático, e a presença de comorbidades psiquiátricas, como depressão e transtornos de personalidade, complicam o tratamento e o prognóstico. Diferenças de gênero e culturais na apresentação dos sintomas dissociativos foram observadas, assim como desafios diagnósticos significativos. CONCLUSÃO A conclusão enfatiza a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e holística no tratamento de transtornos dissociativos, considerando fatores etiológicos, neurobiológicos e psicossociais. A intervenção precoce e diagnósticos precisos são essenciais para melhorar os resultados terapêuticos e a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, são necessárias mais pesquisas para aprimorar as ferramentas diagnósticas e desenvolver novas estratégias terapêuticas, abordando tanto os sintomas dissociativos quanto as comorbidades associadas.
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Fuga Dissociativa e Amnésia Dissociativa: Correlações Psiquiátricas e Impacto na Qualidade de Vida

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.2612409088

  • Palavras-chave: Dissociação; Transtornos de Memória; Trauma Psicológico; Intervenções Terapêuticas; Neurobiologia da Dissociação.

  • Keywords: Dissociação; Transtornos de Memória; Trauma Psicológico; Intervenções Terapêuticas; Neurobiologia da Dissociação.

  • Abstract: INTRODUÇÃO A fuga dissociativa e a amnésia dissociativa são condições psiquiátricas complexas, caracterizadas pela interrupção da identidade pessoal e da memória autobiográfica, frequentemente desencadeadas por eventos traumáticos. A prevalência dessas condições, embora relativamente baixa na população geral, é consideravelmente maior entre indivíduos com histórico de trauma significativo. Historicamente, o entendimento desses transtornos evoluiu substancialmente desde os estudos iniciais de Pierre Janet e Sigmund Freud. Fatores biológicos, psicológicos e sociais contribuem para a etiologia dos transtornos dissociativos, enquanto mecanismos neurobiológicos específicos, como a desregulação do eixo HPA, têm sido implicados em sua patogênese. Teorias psicológicas e a importância do diagnóstico diferencial, dada a sobreposição com outras condições psiquiátricas, são cruciais para a compreensão e o manejo clínico adequado. OBJETIVOS Analisar as características clínicas, mecanismos neurobiológicos, comorbidades psiquiátricas e impacto na qualidade de vida de pacientes com fuga dissociativa e amnésia dissociativa, bem como discutir as abordagens terapêuticas disponíveis. MÉTODOS​ Trata-se de uma revisão narrativa. Foi utilizado os bancos de dados PubMed, sciELO e Medline e os seguintes  descritores: “Dissociative Disorders” AND “Dissociative Fugue” AND “Dissociative Amnesia” AND “Psychiatric Comorbidities” AND “Quality of Life” nos últimos anos. RESULTADOS E DISCUSSÃO A revisão da literatura indica que a prevalência de transtornos dissociativos é maior em populações expostas a traumas repetidos, com fatores de risco significativos incluindo abuso na infância e eventos estressores graves. A eficácia de diferentes abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental e intervenções farmacológicas, foi avaliada, mostrando resultados promissores na redução dos sintomas. Estudos neurobiológicos revelam alterações na conectividade cerebral em áreas associadas à memória e identidade. A dissociação está frequentemente correlacionada com transtornos de estresse pós-traumático, e a presença de comorbidades psiquiátricas, como depressão e transtornos de personalidade, complicam o tratamento e o prognóstico. Diferenças de gênero e culturais na apresentação dos sintomas dissociativos foram observadas, assim como desafios diagnósticos significativos. CONCLUSÃO A conclusão enfatiza a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e holística no tratamento de transtornos dissociativos, considerando fatores etiológicos, neurobiológicos e psicossociais. A intervenção precoce e diagnósticos precisos são essenciais para melhorar os resultados terapêuticos e a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, são necessárias mais pesquisas para aprimorar as ferramentas diagnósticas e desenvolver novas estratégias terapêuticas, abordando tanto os sintomas dissociativos quanto as comorbidades associadas.

  • Rafaela Araújo Costa Pinto
  • Giovanna Mariotti Moreira
  • Vanessa Britto Zafra
  • Lara Fernanda de Sá Guimarães
  • Brenda Maria Leite Ferreira
  • Lívia Tomita Gonçalves
  • Isabella Peixoto dos Santos
  • Nathália Ullian
  • Ludmila Trambaiolli de Souza
  • Isabela Dablan Samara Fazilari
  • João Pedro Ravagnani Semensato
  • Nathalia Mussulini Begosso
  • Lara Silvério dos Santos
  • Gabriel Ariolli Arellaro
  • Mauricio Lopes da Silva Netto
  • Lucas de Faria Nozella
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