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capa do ebook FORTIFICAÇÃO E HUMANIDADE

FORTIFICAÇÃO E HUMANIDADE

Uma tocha, uma paliçada, uma

trincheira, um fosso, uma bateria, um fortim, um

forte, uma fortaleza, se confunde de diferentes

modos com a própria história da humanidade.

Desde seus primórdios, em qualquer

organização humana, o subsistema de defesa

integrou, e ainda integra, os sistemas básicos

de qualquer sociedade. Integração esta que

se relaciona ainda ao sistema endócrino dos

seres vivos, que tem como objetivo primordial a

perpetuação das espécies.

Entender, o processo defensivo de qualquer

sociedade é entender a própria sociedade nos

seus diferentes vieses. Uma unidade de defesa,

jamais seria construída se não houvesse nada

a defender. E esta defesa poderia se relacionar

com a garantia de um território, de uma

economia, de uma crença, de um povo. Cada

posição fortificada, independentemente de sua

magnitude, guarda em suas entranhas parte

da história da própria humanidade. Teorias de

defesa, explicitada pelos vários tratadistas,

técnicas construtivas, artefatos bélicos,

contam parte da história dos povos, e grande

parte destes remanescentes já desapareceu

enquanto outros se encontram em fase de

sucumbir ao avanço desenfreado da sociedade

moderna.

Parte desta memoria se encontra registrada

em documentos coevos, uma outra parcela

destas informações é retrabalhada pela

história, entretanto uma história “oculta” destas

unidades de defesa, apenas são acessadas

pela arqueologia. A nossa experiencia com

arqueologia histórica, desde a década de

60, tem sido suficiente para demonstrar que

os passos subsequentes a descoberta não

tem sido, em sua maioria, compatíveis com a

dimensão do achado. Fortificações em terra que

se encontravam completamente soterradas,

paliçada em madeira de uma das cidades mais

antigas das Américas encontram-se cobertas de

asfalto, e mais algumas dezenas de exemplos,

que poderiam ser citados, demonstra a

desconexão entre os processos de descoberta,

interpretação, restauração, preservação, e

apropriação pela sociedade. Urge, portanto,

providencias imediatas no sentido de integrar estes diferentes segmentos do

conhecimento, inclusive repensando as teorias voltadas para a restauração de

monumentos que balizam as diferentes Cartas Patrimoniais.

Mesmo que nada mais reste de uma unidade de defesa, uma simples placa poderá

integrar um roteiro turístico, pois neste local houve objetivo, tensão, medo, heroísmo,

de antepassados que de uma forma ou de outra forjou a sociedade do hoje. Ocorre

que se não preservarmos o ontem de hoje apagaremos da memória o hoje do amanhã.

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FORTIFICAÇÃO E HUMANIDADE

  • DOI: Atena

  • Palavras-chave: Arqueologia militar. Preservação do patrimônio. Cidadania

  • Keywords: Atena

  • Abstract:

    Atena 

  • Número de páginas: 15

  • Marcos Antonio Gomes de Mattos de Albuquerque
  • Veleda Christina Lucena de Albuquerque
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