FORMAÇÃO DOCENTE, POLÍTICAS COGNITIVAS E TECNOLOGIAS DIGITAIS
A pouca eficácia dos cursos de
formação docente, com vistas a potencializar
o uso crítico e criativo das tecnologias digitais,
pode estar relacionada à sua circunscrição a
uma política recognitiva. Este artigo analisa a
política institucional relacionada à tecnologia
digital no ensino em uma universidade pública
baiana e como ela se traduz em relação às
diferentes políticas cognitivas envolvidas e a
formação docente. Estudo do tipo estudo de
caso. Na universidade pesquisada, a oferta
da tecnologia ocorre através das modalidades
do ensino semipresencial e como suporte
pedagógico. A formação docente acontece
através de oficinas com caráter pontual,
instrumental e reducionista. A partir desse
modelo, os professores têm acesso ao ambiente
virtual de aprendizado para utilizá-lo como lhes
interessar, configurando-se então uma política
de disponibilização baseada no individualismo,
ou na aposta de um protagonismo docente, sem
coletivização das propostas, das dificuldades
e das formas de enfrentamento. A política
cognitiva predominante é a representacionista,
que limita a tecnologia digital a um instrumento,
para proporcionar apenas a apropriação de
modos e modelos de resolução de problemas,
tornando professores e alunos reprodutores ao
invés de criadores. Evidenciou-se a ausência de
política institucional que assegure ao professor
um processo sistemático para apropriação da
tecnologia, para que possa, se assim desejar,
utilizá-la na busca por uma produção de
aprendizagem inventiva, que inclui a recognição
como ferramenta, mas vai além, atentando
para as possibilidades de produção no próprio
aprendizado e a partir dele.
FORMAÇÃO DOCENTE, POLÍTICAS COGNITIVAS E TECNOLOGIAS DIGITAIS
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DOI: 10.22533/at.ed.1951911092
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Palavras-chave: Tecnologia Digital; Política Cognitiva; Formação Docente.
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Keywords: Digital Technology; Cognitive Policy; Teacher Training.
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Abstract:
The low efficacy of teacher training
courses with a view to enhancing the critical
and creative use of digital technologies may be
related to their circumscription to a recognitive
policy. This article analyzes the institutional
policy related to digital technology in teaching in
a public university in Bahia and how it translates
in relation to the different cognitive policies
involved and teacher training. Study of the
case study type. In the researched university,
the technology supply occurs through the
Desenvolvendo e Agregando Valores na Educação a Distância Capítulo 2 15
modalities of the blended education and as pedagogical support. The teacher training
happens through workshops with punctual, instrumental and reductionist character.
From this model, teachers have access to the virtual learning environment to use it as
they are interested in, thus configuring a policy of availability based on individualism, or
betting on a teaching role, without collectivization of proposals, difficulties and ways of
coping. The predominant cognitive policy is the representationalist, which limits digital
technology to an instrument, to provide only the appropriation of modes and models of
problem solving, making teachers and students reproducers rather than creators. The
absence of an institutional policy that provides the teacher with a systematic process
for the appropriation of technology has been evidenced, so that, if he wishes, he can
use it in the search for an inventive learning production, which includes recognition as
a tool, but goes beyond , taking into account the possibilities of production in and out
of the learning process.
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Número de páginas: 15
- Cleci Maraschin
- Suiane Costa Ferreira