FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS NO BRASIL E EM PORTUGAL: REFLEXÕES HISTÓRICO-CONCEITUAIS ENVOLVENDO LEGISLAÇÃO E O PAPEL DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Pesquisas conduzidas no campo da área de tecnologias educacionais têm apontado, ao longo dos últimos anos, significativa carência de aprofundamento teórico-conceitual com base em teorias educacionais de modo a situar as TIC em processos pedagógicos com foco no ensino e aprendizagem “com” esses instrumentos, e não apenas “sobre” os mesmos. Assim, foi conduzida uma pesquisa apoiada na abordagem histórico-cultural de Vigotski, concebendo as TIC como instrumentos culturais que interferem no desenvolvimento dos sujeitos, criando uma nova cultura, viabilizando sua atuação no contexto sócio-histórico, e que isso deve ser do conhecimento de professores desde sua formação inicial. O objetivo foi verificar até que ponto as TIC são concebidas na legislação educacional na área de Letras no Brasil e em Portugal, bem como indícios a partir do olhar de formadores de professores em ambos os cenários. A partir de análise teórico-documental e de entrevistas semiestruturadas conduzidas com docentes e gestores nas áreas envolvidas, com base na abordagem qualitativa Análise Textual Discursiva, resultados obtidos sugerem pontos de aproximação e distanciamento entre os cenários dos países. Não há, em ambos, uma concepção clara acerca das TIC como instrumentos culturais, e sim como letramento ou domínio instrumental a ser constituído pelos futuros professores em função da legislação ou de saberes necessários previstos em documentos oficiais. Os elementos vislumbrados na pesquisa parecem evidenciar a necessidade do desenvolvimento de uma teoria educacional que contemple as TIC como ferramentas cognitivas que, efetivamente, empoderam os sujeitos como parceiras intelectuais, ou seja, em uma perspectiva emancipatória, e não apenas por estarem previstos em documentos oficiais.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS NO BRASIL E EM PORTUGAL: REFLEXÕES HISTÓRICO-CONCEITUAIS ENVOLVENDO LEGISLAÇÃO E O PAPEL DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
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DOI: 10.22533/at.ed.5362116114
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Palavras-chave: Tecnologias de Informação e Comunicação; Formação de professores; Abordagem histórico-cultural.
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Keywords: Information and Communication Technologies; Teacher education; Historical-cultural approach.
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Abstract:
Studies conducted in the field of educational technologies have shown, over the past few years, a significant lack of theoretical-conceptual deepening based on educational theories in order to situate ICT in pedagogical processes with a focus on teaching and learning "with" these instruments, and not just “on” them. Thus, a research based on Vygotsky's historical-cultural approach was conducted, conceiving ICTs as cultural instruments that interfere in the development of subjects, creating a new culture, enabling their performance in the socio-historical context, and that teachers should know this since their initial educating process. The main purpose was to verify the extent to which ICTs are conceived in educational legislation in the area of Letters in Brazil and Portugal, as well as evidence from the perspective of teacher trainers in both scenarios. From theoretical-documental analysis and semi-structured interviews conducted with professors and university administrators in the areas involved, based on the qualitative approach Discursive Textual Analysis, the results obtained suggest points of approximation and distance between the scenarios of the countries. There is not, in both, a clear conception of ICT as cultural instruments, but as a literacy or instrumental domain to be constituted by future teachers according to the legislation or necessary knowledge foreseen in official documents. The elements glimpsed in the research seem to evidence the need to develop an educational theory that considers ICT as cognitive tools that effectively empower subjects as intellectual partners, that is, in an emancipatory perspective, and not just because they are provided for in official documents.
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Número de páginas: 15
- Fabiana Diniz Kurtz da Silva
