FISIOPATOLOGIA DAS SEQUELAS NEUROLÓGICAS APRESENTADAS POR PACIENTES NA PÓS-INFECÇÃO PELO SARS-COV-2
A coronavírus disease 2019 (COVID-19) é causada pelo novo coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2), que penetra na célula hospedeira através de uma proteína denominada Spike (S), a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) funciona como receptor do vírus e está presente em diversos tecidos e órgãos do corpo. Além da infecção aguda, sintomas persistentes se tornaram uma preocupação, trata-se da COVID longa, condição multifatorial e sistêmica cujos impactos afetam diretamente a qualidade de vida dos pacientes. Neste contexto, as sequelas neurológicas são uma problemática significativa dada a importância do sistema. Este trabalho objetiva explorar quais as sequelas neurológicas apresentadas por pacientes na pós-infecção pelo SARS-CoV-2 e sua fisiopatologia. Trata-se de uma revisão narrativa que ocorreu entre setembro e novembro de 2022 nas bases de dados Pubmed e Google Acadêmico. As sequelas neurológicas mais comuns relatadas são alterações cognitivas, fadiga, anosmia ou hiposmia, alterações do paladar e cefaleia. As alterações neurológicas são consequência da resposta inflamatória exagerada do sistema imunológico, que desencadeia uma “tempestade de citocinas”, do comprometimento do GABA e propensão do hipocampo à infecção. Já a fadiga está relacionada à diminuição do fluxo de drenagem do líquido cefalorraquidiano e consequente acúmulo tóxico no Sistema Nervoso Central, ademais, hipoxemia, inatividade muscular temporária e uso de vários medicamentos também agravam a fadiga muscular. Por outro lado, a anosmia ou hiposmia são causados pela destruição dos cílios e danos às células de suporte e aos neurônios olfativos, as alterações do paladar possuem fisiopatologia semelhante às olfativas. A cefaleia, por sua vez, é consequência da hipóxia cerebral. Esse estudo demonstrou que são inúmeras as sequelas desenvolvidas na COVID longa. É necessário o entendimento da fisiopatologia destas sequelas pelo profissional enfermeiro visando o cuidado e a reabilitação adequada dos pacientes, visto seu protagonismo na reabilitação e no restabelecimento da qualidade de vida.
FISIOPATOLOGIA DAS SEQUELAS NEUROLÓGICAS APRESENTADAS POR PACIENTES NA PÓS-INFECÇÃO PELO SARS-COV-2
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DOI: 10.22533/at.ed.3112331034
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Palavras-chave: COVID-19; Encefalopatias; Fenômenos fisiológicos virais
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Keywords: COVID-19; Brain diseases; Virus physiological phenomena.
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Abstract:
Coronavirus disease 2019 (COVID-19) is caused by the severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2), which penetrates the host cell through a protein called Spike (S), the Angiotensin-converting enzyme 2 (ACE2) works as the receptor for the virus and it is found in various tissues of the body. Besides the acute infection, persistent symptoms have become a concern, it is called long COVID, a multifactorial and systemic condition whose impacts directly affect the quality of life of the patients. In this context, neurological sequelae are a problem because of the importance of the system. This research aims to explore the neurological sequelae presented by patients after SARS-CoV-2 infection and their pathophysiology. This is a narrative review that took place between September and November 2022 in Pubmed and Google Scholar databases. The most common neurological sequelae reported are cognitive impairment, fatigue, anosmia or hyposmia, taste loss and headache. Cognitive impairments are a consequence of the exaggerated inflammatory response of the immune system, which triggers a “cytokine storm”, also the impairment of GABA and the propensity of the hippocampus to be infected. Fatigue is related to a decrease in the drainage flow of cerebrospinal fluid and consequent toxic accumulation in the Central Nervous System, furthermore, hypoxemia, temporary muscle inactivity and the use of various medications also aggravate it. On the other hand, anosmia or hyposmia is caused by the destruction of cilia and the damage to support cells and olfactory neurons, taste alterations have similar pathophysiology to olfactory ones. Headache is a consequence of cerebral hypoxia. This study demonstrated that there are countless sequelae developed in the long COVID, it is necessary a full understanding of the pathophysiology of these by nurses targeting the care and the adequate rehabilitation, since the nurse plays a leading role on it, besides the restoration of quality of life.
- Alexia Tailine Etges
- Renata Mendonça Rodrigues
- Fernanda Norbak Dalla Cort
- Leila Zanatta