FEMINISMOS PÓS-JUNGUIANOS: REVISÕES DAS TEORIAS CLÁSSICAS E NOVOS DESPONTES
Ainda que alguém pudesse mensurar
o valor do dom de qualquer pessoa
neste momento, esses valores
mudariam; daqui a um século muito
possivelmente eles terão mudado por
completo. Mais ainda, daqui a cem
anos, pensei ao chegar à soleira da
minha porta, as mulheres não serão
mais o sexo protegido. É lógico que
elas farão parte de todas as atividades
e dos esforços que um dia lhes foram
negados. (WOOLF, 2014, p.60).
Virgínia Woolf, em sua fala apresentada
pela primeira vez ao público em 1928 e
publicada na obra ‘Um teto todo seu’, em que
tece reflexões e críticas acerca das condições
de produção e autonomia de mulheres na escrita
e na ficção, pondera sobre os desdobramentos
dos papéis relegados às mulheres, ao passo que
anuncia e imagina as profundas transformações
na tessitura social, de espaços e autonomias
possíveis para uma mulher em uma Inglaterra
pós-vitoriana.
Woolf (2014) aborda de forma visionária
o caráter temporário e cambiante das estruturas
sociais e seus valores tidos como eternos
e naturais, colocando-os em suspensão e
imaginando desdobramentos revolucionários
acerca dos papéis e espaços reservados às
mulheres, descrevendo um mundo por vir em
que as mulheres estariam em todos os espaços
em que até o momento não se encontravam, e
essa presença seria uma constatação lógica. A
imaginação de Wolf, ao mesmo tempo em que
denuncia a condição feminina de segregação de
espaços públicos e campos de trabalho, imagina
mudanças em curso. Ao retomarmos o que a
imaginação de Woolf (2014) produziu quase
um século depois - assim como ela imaginou -
e nos indagamos: estamos presenciando ou já
presenciamos essas transformações? Se não
essas, quais?
FEMINISMOS PÓS-JUNGUIANOS: REVISÕES DAS TEORIAS CLÁSSICAS E NOVOS DESPONTES
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DOI: 10.22533/at.ed.1452202061
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Palavras-chave: Atena Editora
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Keywords: Atena Editora
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Abstract:
Atena Editora
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Número de páginas: 10
- Bárbara Tancetti
- Luna Pereira Gimenez
- Clarissa de Franco