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capa do ebook FAZER-SE RAINHA MIRIM NUMA FESTA DE CAMINHONEIROS: SOBRE (DES)PRATICAR NORMAS DE GÊNERO NUM CONCURSO DE BELEZA

FAZER-SE RAINHA MIRIM NUMA FESTA DE CAMINHONEIROS: SOBRE (DES)PRATICAR NORMAS DE GÊNERO NUM CONCURSO DE BELEZA

Este artigo problematiza a

generificação da infância a partir de uma análise

sobre a participação de meninas, entre cinco

e nove anos, no concurso de rainha mirim da

Festa dos Caminhoneiros de Itabaiana-SE. O

argumento do trabalho é o de que o concurso

é um território de aprendizagens de gênero,

veiculando normas regulatórias e inscrevendo

nos corpos das garotas que dele participam

modelos do que é ser menina/mulher. Para

a produção de dados, foram realizadas

observações dos ensaios do concurso e produção

de diários de campo. Concomitantemente

foram feitas entrevistas com os adultos (mães

e organizadores) que participaram do evento.

O contato com as crianças foi intermediado

pela construção de um caderno de memórias

onde, através de desenhos, colagens e

escritos das meninas, se pudesse ter acesso

às compreensões/experiências/sentimentos

que elas tinham ao participar do concurso.

A análise dos dados apontou que, além das

dimensões estéticas, o concurso é atravessado

por aspectos mercadológicos e por visões

contraditórias sobre o que é infância. Ele é

um espaço de aprendizagens de gênero, de

conformação de corpos infantis a determinadas

expectativas de feminilidades que, todavia,

são eventualmente borradas pelas crianças. A

análise dos desenhos evidenciou também que,

para além de uma competição geradora de

ansiedade e tensões, as crianças construíam

relações afetivas entre si pautadas numa certa

política da amizade, experimentando outras

relações consigo e com as outras que não as

pautadas na competitividade e em padrões de

gênero pré-fabricados.

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FAZER-SE RAINHA MIRIM NUMA FESTA DE CAMINHONEIROS: SOBRE (DES)PRATICAR NORMAS DE GÊNERO NUM CONCURSO DE BELEZA

  • DOI: 10.22533/at.ed.49019160124

  • Palavras-chave: gênero, infância, feminilidades, etnografia.

  • Keywords: gender, childhood, femininity, ethnography

  • Abstract:

    This article problematizes the

    genderfication of childhood from an analysis

    of the participation of girls, between five and

    nine years old, in the young queen contest

    of the Truckers’ Party of Itabaiana-SE. The

    argument of the work is that the contest

    is a territory of learning of gender, issuing

    regulatory norms and inscribing in the bodies

    of the girls who participate models of what it is

    to be girl/woman. For the production of data,

    observations were made of the competition

    Sexualidade e Relações de Gênero 2 Capítulo 24 279

    tests and the production of field diaries. At the same time interviews were made with

    the adults (mothers and organizers) who participated in the event. The contact with

    the children was intermediated by the construction of a notebook of memories where,

    through drawings, collages and writings of the girls, they could have access to the

    understandings / experiences / feelings that they had when participating in the contest.

    The analysis of the data indicated that, besides the aesthetic dimensions, the contest is

    crossed by market aspects and by contradictory visions about what is childhood. It is a

    space of learning of gender, of conformation of infantile bodies to certain expectations

    of femininities that, however, are eventually blurred by the children. The analysis of

    the drawings also showed that, in addition to a competition that generated anxiety and

    tensions, children built affective relationships between them based on a certain politics

    of friendship, experiencing other relationships with themselves and with others other

    than those based on competitiveness and standards of pre-fabricated genders.

     

  • Número de páginas: 15

  • Michele de Freitas Faria de Vasconcelos
  • Marcos Ribeiro de Melo
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