Exu nas escolas e a descolonização da educação musical: cotidiano e currículo na educação básica
O tom imperativo do refrão “Exu nas escolas”, cantado por Elza Soares é emblemático para a educação brasileira. O caráter desordeiro de Exu torna-se necessário quando as práticas de ensino-aprendizagem estão desconectadas com a diversidade cultural existente no país. A descolonização dos saberes é uma mudança estrutural no paradigma educacional vigente. Os currículos da escola básica privilegiam os cânones musicais europeus e as manifestações de matriz africana são relegadas ao esvaziamento simbólico ou à superficialidade. A educação musical pode se reinventar a luz da filosofia africana e restituir o princípio transformador de Exu como fio condutor de novas propostas de currículo. No sentido de promover uma reeducação voltada para a prática interacional e para “vivência do pensar” sentidas no saber-fazer africano, a finalidade deste artigo é apontar caminhos para “estética da ginga” no cotidiano escolar.
Exu nas escolas e a descolonização da educação musical: cotidiano e currículo na educação básica
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DOI: 10.22533/at.ed.2512129046
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Palavras-chave: Exu. Descolonização. Cotidiano. Educação musical. Estética da ginga
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Keywords: Exu. Decolonization. Everyday life. Musical education. Ginga aesthetics
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Abstract:
The imperative tone of the chorus "Exu in Schools", sung by Elza Soares is emblematic for Brazilian education. The disorderly character of Exu becomes necessary when teaching-learning practices are disconnected from the country's cultural diversity. The decolonization of knowledge is a structural change in the current educational paradigm. Basic school curricula focus on European musical canons and the manifestations of the African matrix are relegated to symbolic emptying or superficiality. Music education can reinvent itself in the light of African, indigenous and Afro-Brazilian philosophies by restoring the transforming principle of Exu as the guiding thread for new curriculum proposals. In order to promote a reeducation focused on an interactional practice and “experience of thinking” felt in the African saber-doing, one of this article is to point out ways for “ginga aesthetics” in the school routine.
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Número de páginas: 15
- Affonso Celso De Miranda Neto