EXPOSTAS À VIOLÊNCIA POR SEREM MULHERES E AMAREM DEMAIS
Este trabalho pretende tecer
considerações acerca da violência contra as
mulheres, a partir de um enfoque de gênero.
Visa evidenciar o estado de vulnerabilidade
no qual as mulheres se colocam por “amarem
demais”. A história das mulheres nas sociedades
mostra que esse não é um fato novo: elas
sempre foram, e ainda são, alvos “fáceis”, visto
que, ao longo dos tempos, o sistema patriarcal
perpetua eficazmente formas de dominação
profundamente inscritas na cultura. Formas
tradicionais de dominação e violência podem
não mais encontrar no silêncio seu abrigo, mas
elas não desapareceram. Por vezes, as próprias
mulheres não se apercebem violentadas,
especialmente quando a distinção entre o sexo
consentido e o não consentido, do sim e do
não, se apaga diante do chamado “dever da
mulher”. Ainda hoje, o número de mulheres
violentadas por homens com os quais mantêm
vínculos afetivos – namorados, companheiros,
maridos – é surpreendente. Eles realçam que,
no âmago da questão, de um lado, temos
à própria condição de ser mulher em uma
sociedade patriarcal. Mas, de outro, sobressai
às falas dessas mesmas mulheres, violadas,
sobre o amor - o mais nobre dos sentimentos
que, como tal, comporta algo sacrificial.
EXPOSTAS À VIOLÊNCIA POR SEREM MULHERES E AMAREM DEMAIS
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DOI: 10.22533/at.ed.09619060918
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Palavras-chave: violência; mulher; amor.
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Keywords: violence; woman; love.
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Abstract:
This work intends to make
considerations about violence against women,
based on a gender perspective. It aims to
highlight the state of vulnerability in which
women put themselves for "loving too much".
The history of women in societies shows that
this is not a new fact: they have always been,
and still are, "easy" targets, since, over time,
the patriarchal system effectively perpetuates
forms of domination deeply inscribed in culture.
Traditional forms of domination and violence may
no longer find their shelter in silence, but they
have not disappeared. Sometimes the women
themselves do not perceive violence, especially
when the distinction between consenting and
non-consenting sex, yes and no, is extinguished
by the so-called "woman's duty." Even today,
the number of women raped by men with whom
they maintain affective bonds - boyfriends,
companions, husbands - is surprising. They
emphasize that, at the heart of the question,
on the one hand, we have the very condition of
being a woman in a patriarchal society. But on
the other hand, it stands out to the speeches of
these same violated women about love - the noblest of feelings which, as such, carry
something sacrificial.
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Número de páginas: 15
- Jaqueline de Azevedo Fernandes Martins
- Paula Land Curi