O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) é uma lesão cerebral causada por força externa, afetando a função cerebral (CAPIZZI et al., 2020), sendo causa significativa de morte, especialmente em adultos mais velhos (ABDELMALIK et al., 2019). O tratamento cirúrgico nem sempre é o primeiro recurso, pois tratamentos conservadores podem prevenir traumas secundários (VAN ESSEN et al., 2022). As abordagens visam reduzir inflamação, prevenir lesões secundárias e estimular a neurorregeneração. A gravidade do TCE determina em grande parte o prognóstico, considerando a extensão e localização do dano (NOUT-LOMAS et al., 2022). O objetivo é analisar procedimentos conservadores do TCE em São Paulo entre 2008-2022 e correlacionar com a epidemiologia. Foi realizada uma revisão da literatura e coleta de dados do tratamento do TCE no DATASUS – SIH/SUS de 2008 a 2022, incluindo número de internações, gastos, mortalidade, e revisão em Scielo, Lilacs e PubMed. No período, ocorreram 6490 internações para tratamento conservador de TCE, com gastos de R$18.316.354,32. Em 2014, houve 500 internações, mas 2022 teve o maior gasto (R$1.830.596,13). Dos procedimentos, 379 foram eletivos e 4294 urgentes. No setor público, ocorreram 2121, 1315 no privado e 3054 ignorados. Todos foram de alta complexidade. A mortalidade total foi de 41,80%, com 2713 óbitos. A permanência média foi de 11,4 dias, e o custo médio, R$2.822,24. Conclui-se que, apesar da alta incidência de procedimentos urgentes no setor público, a lacuna nos dados é preocupante. Com mortalidade superior a 50% em alguns anos, é essencial revisar práticas e garantir coletas de dados precisas. É imperativo que instituições e autoridades trabalhem juntas para melhorar o cuidado médico e a saúde pública.