ÉTICA, PODER E CORRUPÇÃO NO BRASIL
Este trabalho, por meio do método dedutivo de pesquisa bibliográfica, tem por objetivo refletir sobre a evolução do estudo sobre a ética na visão de Aristóteles, Immanuel Kant, Max Weber e Hans Jonas, demonstrar que a ética permeia as relações humanas e verificar: A ética induz a eficiência, controla o poder e inibe a prática da corrupção? Na antiguidade grega Aristóteles considerava que a ética se baseava nas virtudes, numa acepção puramente filosófica. Essa postura perdurou até Immanuel Kant estabelecer importante quebra de paradigma por meio de seus estudos sobre a ética, passando a associa-la a deveres e princípios, bem como passar a estuda-la cientificamente. Já Max Weber adicionou a responsabilidade à ética, adequando esta concepção à modernidade, cujas premissas foram complementadas por Hans Jonas. A ética é um fator que rege o comportamento das pessoas de bem e que contribui para a evolução de uma sociedade em razão de visar ao bem comum, desta forma, traz benefícios às sociedades em que as pessoas pautam seu comportamento por ela. Na área empresarial é importante desenvolver-se uma cultura ética, pois será ela a grande responsável pela adequação da empresa às exigências dos mercados cada vez mais voltados para a conformidade baseada em regras mundialmente consideradas corretas. Concomitantemente, protege as empresas contra as investidas daqueles envolvidos na corrupção. A liderança terá grande importância porque, por meio da ética, produzirá eficiência nos processos desenvolvidos no interior das empresas. O compliance passa a ser requisito para realização de negócios no mundo globalizado. Busca-se demonstrar que ética, quando habitualmente adotada pelas pessoas, contribui decisivamente para a melhoria das relações sociais. É um fator que traz eficiência tanto para a estrutura governamental quanto para a área empresarial. Em virtude de a ética apresentar essas qualidades, adquire a capacidade de controlar as paixões humanas. O poder em geral, particularmente o poder político, interage com essas paixões exponenciando-as tanto para o bem quanto para o mal. Por essa razão a ética é um fator de controle interno do ser humano que o permite conviver com o poder utilizando-o para o bem comum e impedindo que seja manipulado de forma a permitir que uma pessoa use o poder pelo poder. Contrariamente à postura ética tem-se a falta dela que, associada ao poder faz com que o seu detentor o utilize para o próprio favorecimento ou de um grupo ao qual pertence. Assim, surge a corrupção que é literalmente a quebra de valores considerados virtuosos. A corrupção, de uma forma geral, é composta de ações desenvolvidas por indivíduos que abandonam valores morais considerados como corretos pela sociedade e passam a trabalhar contra ela, visando interesses próprios. A corrupção está presente na sociedade humana desde sempre. Inicia-se de forma horizontal, verticaliza-se e, posteriormente, é institucionalizada, fase em que gera imensos prejuízos à sociedade. Nesta última fase organizações criminosas unem-se com empresas e governos com o objetivo de cada vez mais subtrair recursos dos pagadores de tributos. Por fim, constata-se que a adoção de padrões éticos pelas pessoas que compõem uma sociedade induz a eficiência nas complexas interações sociais, contribui para o controle do poder e inibe a prática da corrupção de forma geral.
ÉTICA, PODER E CORRUPÇÃO NO BRASIL
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DOI: 10.22533/at.ed.865220806
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Palavras-chave: Ética. Liderança. Eficiência. Poder. Corrupção.
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Keywords: Ethics. Leadership. Efficiency. Power. Corruption.
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Abstract:
By the deductive method of bibliographic research, the aim of this paper is to reflect about the evolution of the study on ethics in the view of Aristotle, Immanuel Kant, Max Weber and Hans Jonas, to demonstrate that ethics permeates human relationships and to verify: Is ethics able to promotes efficiency, controls power and inhibits the practice of corruption? In Greek antiquity Aristotle considered that ethics was based on virtues in a purely philosophical sense. This stance lasted until Immanuel Kant established an important paradigm break through his studies on ethics, associating it with duties and principles, as well as starting to study it scientifically. Max Weber added responsibility to ethics, adapting this concept to modernity, whose premises were complemented by Hans Jonas. Ethics is a factor that governs the behavior of good people and that contributes to the evolution of a society because it aims at the common good, thus, it brings benefits to societies in which people base their behavior on it. In the business area, it is important to develop an ethical culture, as it will be largely responsible for adapting the company to the demands of markets increasingly focused on compliance based on rules that are considered to be correct worldwide. At the same time, it protects companies against attacks by those involved in corruption. Leadership will be of great importance because, through ethics, it will produce efficiency in the processes developed within companies. Compliance becomes a requirement for doing business in the globalized world. It seeks to demonstrate that ethics, when habitually adopted by people, contributes decisively to the improvement of social relations. It is a factor that brings efficiency to both the governmental structure and the business area. Because ethics has these qualities, it acquires the ability to control human passions. Power in general, particularly political power, interacts with these passions, increasing them for both good and evil. For this reason, ethics is a factor of internal control of the human being that allows him to live with power using it for the common good and preventing it from being manipulated in a way that allows a person to use power for power. Contrary to the ethical stance, there is a lack of it, which, associated with power, makes its holder use it for his own benefit or for a group to which he belongs. Thus, corruption appears, which literally break values considered virtuous. Corruption, in general, is composed of actions developed by individuals who abandon moral values considered correct by society and start working against it, aiming at their own interests. Corruption has always been present in human society. It starts horizontally, verticalizes and, later, is institutionalized, phase that generates immense damage to society. In this last phase, criminal organizations joint with companies and governments with the aim of increasingly subtracting resources from taxpayers. Finally, it appears that the adoption of ethical standards by the people who make up society in the country induces efficiency in complex social interactions, controls power and inhibits the practice of corruption in general.
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Número de páginas: 188
- Ricardo Tannenbaum Nuñez