Introdução: O câncer de colo de útero ocupa o primeiro lugar em número de casos de câncer nas mulheres na região Norte, na cidade de Manaus. A infecção persistente do colo do útero por papilomavírus humano (HPV) oncogênico é o principal fator causal da lesão intraepitelial de alto grau (HSIL) considerada lesão precursora do câncer de colo uterino. O tratamento padrão para as lesões precursoras é a conização do colo uterino que consiste na excisão da lesão,e a persistência de lesão em margem cirúrgica  é considerado o principal fator de risco de recidiva pós-tratamento. A ocorrência das recidivas de lesão precursora são mais frequentemente observadas nos dois primeiros anos de seguimento. O tratamento dessas lesões reduz em 80% a mortalidade por doença maligna. Justificativa: A importância de conhecer a prevalência das recidivas pós-tratamento de lesões precursoras por conização apresenta impacto na sobrevida e no tratamento futuro dessa mulher. Além disso, ao identificar os principais fatores para essa recidiva e qual a melhor forma de acompanhamento dessa população, o curso da doença poderia ser mudado. Objetivo: Analisar a prevalência de recidivas de lesões precursoras em pacientes que realizaram tratamento por conização no ano de 2017. Metodologia: Estudo observacional, transversal retrospectivo, descritivo, analítico e epidemiológico a ser realizado nos prontuários das pacientes submetidas à conização por CAF (Cirurgia de Alta Frequência) na Fundação Centro de Oncologia do Amazonas no ano de 2017, sendo acompanhadas por um período de 2 anos. Para obtenção dos registros hospitalares das pacientes a serem incluídas no estudo, serão levantados no setor centro cirúrgico o número de conizações realizadas no intervalo de tempo referido, totalizando 175 pacientes. Dessa forma, os prontuários serão analisados e incluídos no estudo de acordo com os critérios de elegibilidade. Resultados: A idade das participantes no momento da conização variou de 21 a 80 anos, sendo que a média foi de 42,9 anos e a faixa etária mais acometida foi de 40-69 anos.Em relação ao perfil sociodemográfico a prevalência foi por  mulheres solteiras,com ensino médio completo e cor parda. A maioria das pacientes não soube informar a idade da primeira relação sexual, seguido daquelas que informaram coitarca entre 14 a 15 anos.No estudo das margens cirúrgicas pós conização,a margem endocervical foi positiva em 24,3% das pacientes e  margem ectocervical em 2,1% dos casos.Observou-se que  77,1% das pacientes  não finalizaram o seguimento adequadamente até o ultimo controle. Conclusões: Possível identificar uma falha principalmente no seguimento dessas pacientes. A falha no seguimento impacta diretamente no sucesso da terapêutica, uma vez que dificulta a identificação de recidivas em tempo hábil, resultando em uma pior sobrevida dessas pacientes.