O monitoramento do risco da morte

infantil e de seus fatores associados, em particular

àqueles relativos à atenção à saúde, oferece

subsídios relevantes para a compreensão

desse fenômeno e para a orientação das

políticas públicas e das ações setoriais. Para

a microrregião de João Pessoa (PB), nenhum

trabalho dessa natureza foi identificado nas

bases de dados.O objetivo desse estudo foi

analisar o perfil socioeconômico e cultural das

mães dos recém-nascidos que evoluíram para

o óbito no período estudado. Trata-se de um

estudo transversal, retrospectivo e descritivo.

Foram analisados todos os partos no período

de 01/01/2014 a 31/12/2015, em um serviço de

maternidade pública. Foram incluídos 87 casos

de óbito neonatal precoce e tardio. 19,54%

tinham idade entre 20-23 anos. Quanto a raça,

88,5% se declararam pardas. 52 pacientes

se encontravam em união estável ou união

consensual. 75 pacientes foram procedentes

de região urbana. Em relação à escolaridade,

55,17% tinham o ensino médio completo.

63,21% das mães eram multíparas e 24,14%

tiveram história de aborto prévio. 4 mulheres

tiveram filhos prematuros previamente e 5

mulheres perderam seus filhos após o parto.

69 mulheres não apresentavam doença

prévia à gestação. Dentre as doenças prévias

encontradas, podemos citar hipertensão arterial

sistêmica como principal. 45 mulheres afirmaram

fazer uso de medicamentos durante a gestação.

87,04% revelaram que as mães realizaram prénatal, entretanto apenas 31,48% das mulheres

realizaram 6 ou mais consultas no pré-natal. Em

todos os prontuários analisados, a informação

sobre o desejo da gravidez foi ignorada. Quanto

a causa da morte do RN, 28 (32,2%) obtiveram

óbito por choque séptico.. O perfil encontrado

nas mães dos recém-nascidos que evoluíram

para o óbito no período estudado foi compatível

parcialmente com os achados epidemiológicos

que relacionam a mortalidade neonatal com

baixas condições socioeconômicas e com o

baixo acesso aos serviços de saúde.